15/09/2025 05h32
Cheias de atrativos, aldeias se prepararam para receber turistas em Nioaque
INARA SILVA
A partir de 2026, turistas poderão viver experiências imersivas em comunidades indígenas de Nioaque, a 185 km de Campo Grande. Quatro aldeias Terena: Cabeceira, Água Branca, Taboquinha e Brejão - e a Vila Atikum participam do projeto de etnoturismo que está em fase de formatação.
No projeto NIOAC - Turismo e Cultura Indígena, cada território vai oferecer atividades diferentes. Estão previstas trilhas históricas, banhos de rio, gastronomia tradicional, pintura corporal, dança, visita ao museu Terena, além de experiências ligadas à cultura e ao lazer.
Território indígena aposta em turismo virtual em projeto de valorização
O professor de Língua Terena e liderança cultural da Aldeia Cabeceira, Thiago Souza, participa da elaboração do projeto. Experiente em conduzir turistas no Pantanal, ele pretende oferecer um roteiro voltado à observação de aves.
“O pessoal está muito engajado em oferecer atrativos diferenciados”, destaca.

Participantes do curso de primeiros-socorros. (Foto: Arquivo Pessoal/ Thiago Souza)
Planejamento participativo - Segundo a analista técnica do Sebrae, Lorrany Godoy, o projeto está em fase de planejamento e envolve os moradores em todas as etapas. A proposta é fortalecer o turismo de base comunitária como alternativa de geração de renda nas aldeias.
Com apoio do Sebrae e da Fundação de Turismo do Estado, os trabalhos começaram em janeiro e devem ser concluídos em novembro deste ano. Segundo Lorrany, nesta etapa, estão sendo definidos os roteiros, organizadas as associações locais e estruturado o Conselho Municipal de Turismo.
O Plano de Visitação seguirá as diretrizes da Instrução Normativa nº 03/2015 da Funai. O documento permitirá a emissão da carta de anuência, necessária para autorizar as atividades turísticas.

Reunião realizada na aldeia Brejão, em Nioaque. (Foto: Sebrae)
Formação - A aldeia Brejão tem sido referência nos treinamentos. As equipes já participaram de cursos de guia, ecoturismo, turismo de aventura, atendimento e primeiros socorros.
Segundo o cacique Ademar da Silva, da aldeia Brejão, atualmente, o grupo realiza pesquisa de valores para os roteiros e que a proposta é oferecer preços acessíveis. Silva ressalta que o município de Nioaque é um caminho alternativo para Porto Murtinho, na fronteira com o Paraguai, percurso da Rota Bioceânica e que o etnoturismo poderá ser um atrativo para os viajantes.

Exposição de artesanato indígena produzido na aldeia. (Foto: Sebrae)
Estruturação do etnoturismo - O projeto é desenvolvido em parceria com a Ícone Consultoria, de Mato Grosso, que já atuou em comunidades indígenas naquele Estado. Foram identificados os potenciais turísticos de cada local e planejadas melhorias na infraestrutura de recepção.
Também está previsto um calendário de eventos mobilizadores, como corridas, cicloturismo e festivais gastronômicos, nos quais as aldeias poderão ser incluídas. Toda a programação ganhará ainda uma página na internet sobre etnoturismo, onde os interessados poderão fazer uma visita virtual e agendar as experiências.
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