18/09/2025 17h13
Preços do algodão devem seguir pressionados por petróleo
Os dados estão disponíveis no Agro Mensal, relatório divulgado pela Consultoria Agro do Itaú BBA
Os preços internos do algodão registraram a terceira queda mensal consecutiva em agosto, com desvalorização de 2,7% em Rondonópolis (MT), para R$ 3,81/lp. O movimento reflete a queda nas cotações internacionais, o avanço da colheita e do beneficiamento no Brasil.
Segundo a Conab, a colheita da safra 2024/25 atingiu 73% até agosto, abaixo dos 88% do mesmo período de 2024 e da média de cinco anos (87%). Os maiores atrasos foram registrados em Mato Grosso e Bahia, principais estados produtores. Com produção recorde, o país deve contar com uma oferta de 4,7 milhões de toneladas, considerando estoque inicial e colheita, o que reforça a necessidade de avanço nas exportações.
Em agosto, os embarques de algodão somaram 77 mil toneladas, queda de 33% frente ao mesmo mês do ano passado. O volume representa o pior início de temporada (ago-jul) desde 2022/23, quando foram embarcadas 64 mil toneladas. Para 2025/26, a expectativa é que as exportações alcancem 3,1 milhões de toneladas de pluma.
“Diante do estoque mundial confortável, do fraco crescimento econômico global, das incertezas comerciais e da perspectiva de novas quedas nos preços do petróleo, vemos mais fatores para manutenção ou queda das cotações da pluma do que para valorização”, avalia Francisco Queiroz, especialista da Consultoria Agro do Itaú BBA.