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Preços da cesta básica caem nas 8 capitais e Rio de Janeiro segue como a mais cara


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  • mell280

05/10/2025 05h39

Preços da cesta básica caem nas 8 capitais e Rio de Janeiro segue como a mais cara

Jaqueline Nunes


Monitoramento feito pela plataforma Cesta de Consumo NEOGRID & FGV IBRE mostra que dos 18 gêneros alimentícios da cesta básica, arroz, legumes e ovos se destacam com queda em todas as oito capitais abrangidas pela pesquisa

A cidade do Rio de Janeiro segue liderando o ranking com o maior custo da cesta básica entre as capitais pesquisadas. Contudo, os preços vêm cedendo há três meses, com uma retração de 1,35% em agosto. No acumulado dos últimos seis meses, a cidade apresentou queda de 2,99%, o que reflete uma desaceleração no ritmo de aumento de preços, apontando para um alívio gradual nos custos de vida na capital fluminense.

Em São Paulo, a cesta básica seguiu a mesma direção, com uma redução de 2,07% em agosto – o quarto mês consecutivo de queda. No acumulado semestral, a diminuição foi ainda mais expressiva, chegando a 4,93%, o que reforça a tendência de retração nos custos de aquisição de itens essenciais na capital paulista.

Em Salvador, após uma leve alta em julho (0,56%), o preço da cesta básica voltou a cair em agosto, com recuo de 1,45%, passando de R$ 858,67 para R$ 846,22. Essa diminuição, embora significativa no curto prazo, não foi suficiente para eliminar o impacto do aumento acumulado no semestre, com avanço de 0,97%. A capital baiana segue, portanto, com uma oscilação de preços, que continua a desafiar a estabilidade dos custos de vida.

Já em Fortaleza, a cesta básica manteve a trajetória de queda, com uma diminuição de 0,90% em agosto, marcando o terceiro mês consecutivo de retração. No entanto, no acumulado dos últimos seis meses, a capital cearense registrou alta de 1,21%, destoando das demais capitais que observaram queda no período. Esse contraste evidencia que, apesar das reduções mensais, a pressão sobre os itens básicos ainda persiste em Fortaleza.

Em Belo Horizonte, a cesta básica recuou 1,30% em agosto, dando sequência às quedas observadas em julho (-0,55%) e junho (-2,24%). No semestre, a retração acumulada foi de 1,24%, revelando uma tendência de queda mais moderada, porém consistente.

Brasília também seguiu o movimento de redução, com recuo de 0,27% em agosto. A capital já havia registrado quedas de 2,45% em julho e 0,76% em junho. No acumulado semestral, o total recuou 2,86%, reforçando a tendência de desaceleração nos preços.

Curitiba apresentou uma das maiores retrações da cesta básica entre as capitais analisadas. Em agosto, o custo recuou 1,19%, acumulando uma queda de 5,05% no semestre. A maior parte desse recuo ocorreu entre junho e agosto, período marcado por reduções consecutivas e expressivas nos preços.

Em Manaus, os preços caíram 3,03% em agosto, após recuo de 1,62% em junho. No entanto, o acumulado semestral revela um recuo mais tímido, de apenas 0,43%, sugerindo que a recente desaceleração ainda não foi suficiente para aliviar de forma consistente o orçamento das famílias na capital amazonense.

Quadro 1 – Preços médios da cesta de consumo básica em agosto/25, por capital.

Capital

Preço Médio julho/25 (R$)

Preço Médio agosto/25

(R$)

Variação

%

Rio de Janeiro

958,90

945,92

-1,35%

São Paulo

949,87

930,24

-2,07%

Salvador

858,67

846,22

-1,45%

Fortaleza

852,45

844,76

-0,90%

Brasília

812,53

810,34

-0,27%

Curitiba

746,46

737,58

-1,19%

Manaus

749,47

726,76

-3,03%

Belo Horizonte

686,96

678,04

-1,30%

Fonte: Neogrid/FGV IBRE

Quadro 2 – Variação acumulada da cesta de consumo básica em agosto/25, por capital.

Capital

Mar/25

(R$)

Abr/25

(R$)

Mai/25

(R$)

Jun/25

(R$)

Jul/25

(R$)

Ago/25

(R$)

Variação 

6 meses

Rio de Janeiro

975,03

973,43

986,70

969,40

958,90

945,92

-2,99%

São Paulo

978,53

991,80

976,41

966,26

949,87

930,24

-4,93%

Salvador

838,10

854,95

860,15

853,90

858,67

846,22

0,97%

Fortaleza

834,64

852,97

874,00

866,07

852,45

844,76

1,21%

Brasília

834,16

844,01

839,33

832,94

812,53

810,34

-2,86%

Curitiba

776,84

768,21

794,55

767,14

746,46

737,58

-5,05%

Manaus

729,93

732,90

755,28

761,81

749,47

726,76

-0,43%

Belo Horizonte

686,57

689,37

706,55

690,74

686,96

678,04

-1,24%

Fonte: Neogrid/FGV IBRE

Aumento de preços

Dos 18 itens que compõem a cesta básica, os que registraram as maiores elevações de preços em agosto foram o fubá e a farinha de milho, com destaque para Belo Horizonte (9,14%), Brasília (3,78%) e Curitiba (2,18%). Completam o grupo de alta os pães, a margarina, o óleo de soja e a manteiga — produtos que, em algumas capitais, apresentaram inflação acumulada acima de dois dígitos no semestre.

Entre março e agosto, destacam-se as seguintes altas:

  • Belo Horizonte: fubá (13,24%), margarina (11,45%) e pão (7,10%);
  • Brasília: pães (10,58%) e fubá (3,55%);
  • Rio de Janeiro: Margarina (10,54%) e fubá (5,22%);
  • Curitiba: margarina (4,52%) e óleo de soja (3,46%);
  • Fortaleza: margarina (6,17%);
  • Manaus: margarina (6,19%);
  • Salvador: fubá (3,89%) e margarina (3,67%);

As variações refletem pressões localizadas nos custos de produtos processados e derivados de grãos, como milho e trigo, que têm enfrentado fatores adversos desde o início do ano.

Fatores que pressionam a alta de preços

Em 2025, a alta do dólar, associada à menor oferta global de trigo e a eventos climáticos em países exportadores como a Argentina, impactou diretamente os custos da farinha, refletindo no aumento do pão francês em várias capitais. 

No mercado de milho, o baixo estoque inicial do ano, somado às adversidades climáticas nas principais regiões produtoras do país, como Goiás e Mato Grosso, manteve os preços os preços elevados, afetando derivados como o fubá e as farinhas de milho. 

Além disso, os altos custos de energia, transporte e embalagens também contribuíram para o encarecimento de diversos produtos processados, como margarinas e óleos vegetais.

A alta nos preços da manteiga e da margarina está relacionada ao encarecimento do leite, pressionado pelas estiagens causadas pelo La Niña, que afetaram a produtividade nas regiões Sul e Sudeste do Brasil.

Quadro 3 – Maiores variações de preços da cesta básica em agosto/2025, por capital.

Capital

Fubá e farinhas de milho

Manteiga

Margarina

Óleo

Pão 

Belo Horizonte

9,14%

0,23%

-2,26%

0,68%

2,63%

Brasília

3,78%

0,29%

1,88%

1,73%

4,09%

Curitiba

2,18%

-0,90%

0,77%

2,73%

1,39%

Fortaleza

0,68%

0,92%

0,27%

1,81%

0,73%

Manaus

-1,19%

-4,37%

-3,48%

-1,61%

0,02%

Rio de Janeiro

2,60%

0,71%

2,38%

1,66%

-0,29%

Salvador

0,37%

-1,75%

-2,17%

-1,93%

-0,89%

São Paulo

-1,68%

-1,89%

-0,53%

-1,52%

0,25%

Fonte: Neogrid/FGV IBRE

Queda de preços

Entre os itens com menores variações em agosto, destacam-se o arroz, o feijão, o grupo dos legumes e os ovos de galinha, que apresentaram redução de preços na maior parte das capitais analisadas. No acumulado dos últimos seis meses, as reduções chegaram à casa dos dois dígitos em algumas cidades: 

  • Arroz: São Paulo (-13,02%), Brasília (-12,19%) e Manaus (-10,66%);
  • Feijão: Curitiba (-12,01%) e Rio de Janeiro (-10,19%).

Entre os legumes, a queda mais acentuada do semestre foi registrada em Curitiba, com recuo de 28,11%, seguida pelo Rio de Janeiro, com -11,18%. Já os ovos, outro item essencial da cesta, também mostraram forte retração, com destaque para Belo Horizonte (-12,10%) e São Paulo (-10,31%).

Quadro 4 – Menores variações de preços da cesta básica em agosto/2025, por capital.

Capital

Açúcar

Arroz

Feijão

Legumes

Ovos

Belo Horizonte

-2,26%

-1,32%

-1,14%

-5,16%

-1,23%

Brasília

-1,88%

-3,36%

0,71%

-3,57%

-4,76%

Curitiba

-1,29%

-0,15%

-3,27%

-3,50%

-1,45%

Fortaleza

-1,89%

-1,58%

-3,34%

-4,79%

-1,51%

Manaus

-2,75%

-3,50%

-1,86%

-7,09%

-2,62%

Rio de Janeiro

-0,14%

-0,75%

-2,33%

-9,40%

-1,08%

Salvador

-0,89%

-2,07%

-0,43%

-4,55%

-3,25%

São Paulo

0,63%

-2,54%

-2,52%

-2,47%

-4,07% 

Fonte: Neogrid/FGV IBRE

Cesta ampliada

No que diz respeito à cesta de consumo ampliada, que reúne os 18 itens da cesta básica somados aos 15 produtos de higiene e limpeza, apenas duas capitais registraram alta nos preços em agosto: Brasília e Curitiba.  Nas demais capitais, São Paulo se destacou com a maior redução no mês, com queda de 2,11% em agosto — o quarto mês consecutivo de recuo. Também apresentaram reduções: Manaus (-1,27%) e Salvador (-1,06%), reforçando a tendência de desaceleração observada no período.

No acumulado dos últimos seis meses, os comportamentos foram difusos:

  • Alta: Salvador (2,15%), Fortaleza (1,23%), Belo Horizonte (0,99%), Manaus (0,92%) e Brasília (0,33%);
  • Queda: São Paulo (-5,84%), Curitiba (-3,23%) e Rio de Janeiro (-3,05%).

Esses dados sinalizam que, enquanto algumas capitais ainda enfrentam pressões inflacionárias, outras registram um movimento mais sólido de alívio nos gastos com consumo domiciliar.

Quadro 5 – Preços médios da cesta de consumo ampliada em agosto/25, por capital.

Capital

Preço Médio (R$) 

julho/25

Preço Médio (R$) 

agosto/25

Variação

%

Rio de Janeiro

2.092,54

2.073,31

-0,92%

São Paulo

2.058,89

2.015,38

-2,11%

Brasília

1.933,93

1.945,62

0,60%

Salvador

1.945,37

1.924,71

-1,06%

Fortaleza

1.870,45

1.867,11

-0,18%

Belo Horizonte

1.779,06

1.767,99

-0,62%

Curitiba

1.612,62

1.619,26

0,41%

Manaus

1.602,91

1.582,52

-1,27%

Fonte: Neogrid/FGV IBRE

Itens da cesta ampliada com maiores aumentos

Entre os 33 produtos que compõem a cesta ampliada, alguns itens se destacaram pelos aumentos expressivos em agosto:

  • O grupo de salgadinhos e snacks apresentou elevações consideráveis em Curitiba (3,60%) e Manaus (3,46%);
  • O iogurte teve alta em Fortaleza (3,16%) e São Paulo (3,69%);
  • O creme dental também registrou aumento relevante, sobretudo em São Paulo (2,20%), contribuindo para pressionar o grupo de higiene pessoal.

Quadro 6 – Maiores variações de preços da cesta ampliada em agosto/2025, por capital.

Capital

Água Mineral

Creme Dental

Iogurte

Molho de Tomate

Snacks e Salgadinhos

Belo Horizonte

0,84%

-1,98%

2,04%

0,12%

0,44%

Brasília

1,24%

-0,13%

0,14%

1,12%

2,20%

Curitiba

-2,53%

1,43%

1,48%

0,91%

3,60%

Fortaleza

0,42%

1,88%

3,16%

1,08%

0,46%

Manaus

0,42%

0,23%

1,15%

1,67%

3,46%

Rio de Janeiro

2,04%

0,62%

0,53%

1,00%

-0,16%

Salvador

-0,68%

1,29%

-1,51%

-0,79%

1,83%

São Paulo

0,19%

2,20%

3,69%

0,64%

-0,49%

Fonte: Neogrid/FGV IBRE

Itens da cesta ampliada que mais aliviaram o bolso do consumidor

Por outro lado, alguns itens contribuíram para reduzir os custos da cesta ampliada em agosto:

  • O azeite de oliva apresentou queda de preços em todas as capitais analisadas, indicando um movimento de recuo generalizado;
  • A batata congelada também teve forte retração em Salvador (-3,68%), São Paulo (-3,26%), Manaus (-2,67%) e Curitiba (-2,39%), reforçando a tendência de queda entre os alimentos processados.

 Quadro 7 – Menores variações de preços da cesta ampliada em agosto/2025, por capital.

Capital

Batata Congelada

Creme de Leite

Desodorante

Xampu

Azeite de Oliva

Belo Horizonte

-1,72%

-0,42%

-1,30%

-3,08%

-2,07%

Brasília

-0,45%

1,20%

-0,18%

-0,87%

-3,29%

Curitiba

-2,39%

3,73%

1,04%

-0,43%

-2,94%

Fortaleza

1,09%

0,8%

-0,2%

0,6%

-1,26%

Manaus

-2,67%

-3,69%

0,99%

0,84%

-2,96%

Rio de Janeiro

-0,15%

-0,25%

-0,42%

1,35%

-3,69%

Salvador

-3,68%

-2,09%

-2,99%

-1,05%

-2,75%

São Paulo

-3,26%

-2,02%

-1,71%

-0,16%

-2,49%

Fonte: Neogrid/FGV IBRE

Sobre a Cesta de Consumo NEOGRID & FGV IBRE

A HORUS Inteligência de Mercado, solução do ecossistema Neogrid (https://www.ehorus.com.br/), e o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas - FGV IBRE (https://portalibre.fgv.br/se uniram para lançar a plataforma Cesta de Consumo. O serviço monitora a variação de preço de duas cestas de consumo típicas brasileiras pela análise da leitura mensal de mais de 35 milhões de notas fiscais: a Cesta de Consumo Básica, que conta com 22 alimentos básicos com maior presença nas compras do shopper, e a Cesta de Consumo Ampliada, contendo mais de 50 produtos de consumo, incluindo bebidas e itens de limpeza, higiene e beleza

A plataforma, que pode ser acessada no link https://cestaconsumo.ehorus.com.br/ monitora a variação e o comportamento dos preços nas oito maiores capitais brasileiras em população - Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Fortaleza, Manaus, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo, e os produtos e quantidades analisados variam conforme os hábitos de consumo locais.


 





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