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No Dia das Crianças, cresce a tendência de "presentear" filhos com educação financeira


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  • mell280

07/10/2025 05h14

No Dia das Crianças, cresce a tendência de "presentear" filhos com educação financeira

Ana Borges


Famílias de alto patrimônio impulsionam Multi Family Offices e transformam a data em ponto de partida para o planejamento financeiro e sucessório das novas gerações

No Dia das Crianças, cresce a tendência de “presentear” filhos com educação financeira

Famílias de alto patrimônio impulsionam Multi Family Offices e transformam a data em ponto de partida para o planejamento financeiro e sucessório das novas gerações

O Dia das Crianças começa a ganhar um novo significado no Brasil, entre famílias de alto patrimônio: cresce a tendência de presentear filhos com carteiras de investimento, programas de educação financeira e jogos que incentivam o raciocínio lógico. A estratégia, que já movimenta Multi Family Offices (MFOs) no país, reflete uma mudança cultural no conceito de herança, em que valores, disciplina e consciência patrimonial passam a ter tanto peso quanto o patrimônio em si.

Especializadas em gestão de patrimônio, sucessão e planejamento intergeracional, as MFOs começam a ir além da administração de ativos e passam a incorporar iniciativas de formação financeira voltadas às novas gerações. Um exemplo é o Hike Kids, programa da Hike Capital que ajuda famílias a estruturarem portfólios personalizados para os filhos, conectando decisões de hoje com os desafios que eles enfrentarão na vida adulta.

O processo inclui a definição de metas (como universidade, intercâmbio, imóvel ou reserva financeira), aportes regulares e estratégias de longo prazo baseadas em juros compostos e empresas resilientes.  Os pais mantêm o controle da conta até que o filho complete 18 anos, quando ocorre a transição de titularidade, com flexibilidade para ajustes, caso necessário.

“A infância é o momento ideal para começar a semear a consciência financeira. O Hike Kids permite que pais preparem seus filhos não apenas para receber patrimônio, mas para compreender valores, responsabilidades e decisões que envolvem esse patrimônio”, afirma Jonas Carvalho, CEO da Hike Capital.

A carteira do Hike Kids é estruturada com foco no longo prazo. Na parte de renda fixa, prioriza FIC FIDCs e debêntures incentivadas, privilegiando prazos de resgate mais longos. O CEO explica que essa característica, somada à ausência de necessidade imediata de liquidez, tende a ampliar o potencial de retorno da carteira ao longo do tempo. Já em ações, busca-se empresas resilientes e sólidas, capazes de atravessar diferentes ciclos econômicos e crises, mantendo relevância e capacidade de geração de valor. 

“O portfólio é composto por produtos diversificados de renda fixa e variável, com exposição a empresas de setores historicamente resilientes, mesmo em momentos de instabilidade econômica, como energia, saneamento, saúde, transporte, bancos e seguros. Além disso, a construção da carteira é personalizada conforme os objetivos e prazos definidos pelos pais. As decisões sobre produtos, estratégias, prazos de liquidez e horizonte de investimento são tomadas em conjunto”, explica.



 

A estratégia é baseada em aportes regulares e acúmulo de juros compostos, com foco na autonomia financeira ao atingir a maioridade. “O Hike Kids é uma ferramenta que permite às famílias iniciarem o processo de educação financeira com os filhos de forma estruturada, conectando decisões de hoje com os desafios que eles enfrentarão no futuro. É de extrema importância ensinar as crianças a poupar para atingir objetivos e realizar sonhos.”

Para o executivo, o Brasil passa por uma mudança cultural. Hoje, as famílias querem transmitir não só riqueza, mas também conhecimento e propósito. “O Dia das Crianças ganha um novo significado: é a oportunidade de investir em um futuro sólido e consciente para os herdeiros”, observa Carvalho.

 Crescimento acelerado

O mercado de gestão patrimonial no Brasil tem evoluído rapidamente. Segundo levantamento da plataforma fnmk divulgado em março de 2025, existem atualmente 546 empresas atuantes no segmento de wealth management. Os MFOs representam 44% desse total (240 empresas), superando os Single Family Offices (29%) e os Wealth Managers tradicionais (21%). Em 2023, eram 146 MFOs; em 2020, apenas 80, crescimento expressivo em poucos anos.

A mudança regulatória sobre fundos exclusivos, aprovada em 2023, também impulsionou essa expansão. Com estruturas mais flexíveis e menor exposição fiscal, os MFOs passaram a ser vistos como alternativas para reorganização patrimonial, planejamento sucessório e acesso a ativos não correlacionados com o mercado tradicional.

Apesar de apenas 35,9% das empresas terem obrigação regulatória de exposição pública, os MFOs se destacam por práticas de governança e compliance que atendem às exigências de famílias com patrimônio elevado. “O Multi Family Office é uma resposta à complexidade crescente do mercado financeiro e à necessidade de decisões patrimoniais orientadas por propósito”, diz Carvalho. “A estrutura permite que famílias tenham acesso a oportunidades globais de investimento, com governança clara e sem conflitos de interesse.”

Além da gestão de ativos, os MFOs passaram a incorporar temas como sucessão, governança familiar e educação financeira. A remuneração baseada exclusivamente em taxas fixas elimina comissões sobre produtos financeiros, o que reduz potenciais conflitos e permite que o escritório cresça junto com o patrimônio que administra.


 





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