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Agora: Copom movimenta o mercado e especialistas apontam desdobramentos


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  • mell280

06/11/2025 06h33

Agora: Copom movimenta o mercado e especialistas apontam desdobramentos

Base Comunica


O Comitê de Política Monetária (Copom) anunciou nesta quarta-feira sua nova decisão sobre a taxa básica de juros (Selic), reacendendo o debate sobre os rumos da política monetária e o ritmo da economia brasileira.

Para analisar os efeitos imediatos e o que esperar nos próximos meses, especialistas e executivos do mercado apontam os desdobramentos da decisão.

Willian Andrade, CIO da Kaya Asset Management, aponta “A inflação mostra sinais de acomodação, mas ainda precisa se estabilizar antes que o Banco Central possa iniciar um ciclo consistente de cortes de juros. A combinação de política monetária restritiva com uma política fiscal de viés expansionista torna o cenário mais desafiador e reforça a importância da credibilidade fiscal para ancorar expectativas e permitir uma redução sustentável das taxas no futuro”.

Tiago Feitosa, CEO e fundador da T2 Educação, diz “Como era amplamente esperado, o Banco Central manteve a taxa Selic em 15%. O mercado já precificava essa decisão, mas o ponto de maior atenção sempre recai sobre o comunicado que acompanha o anúncio, no qual a autoridade monetária detalha as justificativas e sinaliza seus próximos passos.

No texto divulgado, o Banco Central destacou a necessidade de acompanhar os desdobramentos das tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos ao Brasil e seus possíveis impactos sobre a balança comercial. Além disso, mencionou a importância de observar como a política fiscal doméstica pode afetar tanto a política monetária quanto o comportamento dos ativos financeiros.

Apesar de a Selic ser o principal instrumento de política monetária, ela é fortemente influenciada pela condução fiscal. O BC reforçou que as expectativas de inflação seguem parcialmente desancoradas, um fator que exige postura cautelosa e uma política monetária ainda restritiva. A manutenção da taxa em 15% reflete justamente esse objetivo: ancorar as expectativas e conter pressões inflacionárias dentro do horizonte relevante considerado pela instituição.

O Comitê avaliou que a estratégia de manter os juros em um nível elevado por um período prolongado é suficiente para garantir a convergência da inflação à meta. Reforçou ainda que permanecerá vigilante e que eventuais ajustes poderão ser feitos caso o cenário econômico exija.

Na prática, o Banco Central sinaliza uma postura mais dura, indicando que não hesitará em retomar o ciclo de alta se a inflação não ceder ou se as expectativas não se ajustarem à meta. Ainda assim, não parece provável, ao menos no curto ou médio prazo, um novo aumento da taxa. A leitura é de que, a partir de janeiro, o movimento de redução da Selic pode começar a ganhar força, embora o comunicado desta quarta-feira não tenha deixado isso explícito.”

Para Rodrigo Salvador, sócio da Opensolo, “A decisão do Copom de manter a taxa Selic em 15% ao ano pela terceira vez consecutiva, maior patamar nos últimos 20 anos, reflete uma postura de cautela justificada pelo balanço de riscos para a inflação. Embora o cenário recente mostre uma desinflação mais acentuada do que o esperado, beneficiada pelo câmbio e pela desaceleração em serviços, as expectativas de inflação para 2025 e 2026, segundo o boletim Focus, permanecem fora da meta de 3%. O comitê pondera, acertadamente, os efeitos de um mercado de trabalho ainda aquecido e a perspectiva de um impulso fiscal no próximo ano, na área eleitoral, fatores que podem pressionar a demanda agregada e retardar a convergência da inflação. A sinalização implícita é que o ciclo de flexibilização monetária ainda não tem data para começar, com o mercado projetando os inícios dos cortes apenas para 2026. A manutenção de um tom de vigilância no comunicado é essencial para ancorar as expectativas e garantir que o custo da desinflação não seja prolongado.

 



 


 





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