- mell280
06/11/2025 09h18
Motorista aluga apartamento em Belém para embaixador durante a COP30 e ganha R$ 54 mil: 'Vai fazer diferença'
Alberto trabalha como motorista de aplicativo e é formado como técnico em radiologia. Ele afirma que o valor recebido representa muito em sua renda e que parte desse dinheiro vai ser usado para pagar dívidas.
Enquanto a cidade se prepara para receber a COP30, em 2025, o motorista de aplicativo Alberto Souza viu o evento internacional transformar sua rotina — e seu orçamento. Morador de Belém, ele conta que topou alugar o próprio apartamento para hospedar ninguém menos que o embaixador da Irlanda.
“Há 2 meses uma imobiliária entrou em contato. Eles tinham interesse em fazer uma vistoria nos apartamentos para ver se eles tinham condições de de hospedar uma embaixada. Na semana seguinte disseram que era embaixada irlandesa”, conta Alberto.
Segundo ele, a proposta previa uma diária de R$ 3 mil por 15 dias. "Só que eles gostaram tanto do meu apartamento que quiseram aumentar o tempo. Fizeram o mesmo com o meu vizinho. Deu R$ 54 mil para cada um de nós”, afirma. O condomínio fica no bairro do Tapanã, em Belém. “É um bairro tranquilo. O que pode ser dificultoso para a embaixada é sair de lá nos horários de pico. É um pouco distante do lugar onde vai acontecer a conferência”, explica. O motorista conta que recebeu a informação de que o embaixador e a comitiva terão carros oficiais e batedores da Polícia Rodoviária Federal para facilitar o trajeto até os eventos da COP.
Exigências: roupas de cama de algodão e papel higiênico de qualidade
Entre as exigências do contrato, o paraense conta que a embaixada pediu lençóis e fronhas 100% algodão — “porque um deles já teve alergia ao poliéster” —, além de água mineral, ferro, tábua de passar roupas, secador de cabelo e papel higiênico de boa qualidade.
“Infelizmente, alguns moradores não tiveram essa noção. Um dos representantes da imobiliária publicou uma foto no grupo de locadores alertando que não deixassem papel higiênico de baixa qualidade nos apartamentos", comenta o motorista.
"Quem pensa que é um valor irrisório está bem enganado. O momento financeiro que o paraense vive hoje é delicado, então é um dinheiro que vai fazer muita diferença", resume Souza.
O motorista de aplicativo Alberto Souza — Foto: Paula Paiva Paulo/G1
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