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Uso de alga marinha como bioestimulante cresce na cafeicultura e contribui para ganhos de produtividade


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18/12/2025 05h13

Uso de alga marinha como bioestimulante cresce na cafeicultura e contribui para ganhos de produtividade

Gabriela Carvalho


 

Por: Bruno Carloto, engenheiro agrônomo, mestre em agrobiologia pela Universidade Federal de Santa Maria e gerente de marketing estratégico da Acadian Sea Beyond no Brasil e no Paraguai.

 

Os bioestimulantes formulados à base da alga marinha Ascophyllum nodosum vêm conquistando espaço na cafeicultura moderna como verdadeiros “impulsionadores naturais”. Afinal, contribuem para acelerar o crescimento das plantas, fortalecer sua resistência aos estresses e elevar a qualidade final dos grãos em uma cultura estratégica para o Brasil, maior produtor do mundo desde a época do Império e, também, o maior exportador do grão.

 

Essa alga, colhida pela Acadian Sea Beyond, vem das águas frias do Atlântico Norte, especificamente no Canadá, e é rica em bioativos naturais – como ácido algínico, manitol, aminoácidos, polissacarídeos, vitaminas, ácidos orgânicos e minerais. Essa composição única a torna ideal para uso na agricultura, promovendo diversos efeitos fisiológicos benéficos nas plantas. Graças a um conjunto de compostos, os extratos de Ascophyllum nodosum atuam diretamente no metabolismo vegetal, estimulando processos essenciais ao bom desenvolvimento dos cafezais, cultivados em praticamente todas as regiões produtoras do país.

 

No desenvolvimento vegetativo, aplicações desse extrato estimulam o enraizamento, aumentam a emissão de brotações e favorecem o vigor das plantas. A presença de fitormônios e moléculas sinalizadoras intensifica a divisão celular, o alongamento de tecidos e a formação de raízes laterais, resultando em plantas mais robustas e com maior capacidade de exploração do solo. Além disso, os polissacarídeos presentes na alga auxiliam a retenção de água e a formação de biofilmes protetores, contribuindo para a resiliência em situações de seca ou calor excessivo – condições comuns em áreas produtoras de café, que, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), somaram 1.944.382 hectares no último ano.

 

Especificamente em relação à produtividade e à qualidade dos grãos, diversos estudos apontam que o uso de bioestimulantes à base de Ascophyllum nodosum melhoram o enchimento dos frutos, uniformizam a maturação e aumentam os teores de açúcares e compostos precursores de aroma e sabor. Como resultado, os lotes tendem a apresentar maior peneira, melhor aparência física e pontuações superiores em análises sensoriais. Esses ganhos tornam-se ainda mais relevantes quando observados em escala nacional, considerando que, em 2024, o IBGE registrou produção de 3.387.724 toneladas de café, com liderança de Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo.

 

Outro benefício relevante é o aumento da tolerância da cultura a estresses bióticos e abióticos. Compostos antioxidantes presentes na alga reduzem danos oxidativos, enquanto a modulação hormonal fortalece os mecanismos naturais de defesa das plantas. Assim, lavouras tratadas com bioestimulantes tendem a apresentar melhor desempenho em condições adversas, reduzindo perdas produtivas e aumentando a estabilidade da safra – aspecto decisivo para uma atividade com valor de produção estimado pelo IBGE em mais de R$ 69,2 bilhões.

 

No contexto da rentabilidade, relatos de produtores e resultados observados em outras culturas sugerem que a aplicação de extratos de Ascophyllum nodosum geram retorno econômico relevante ao proporcionar maior produtividade por área e reduzir impactos de estresses climáticos, especialmente em regiões de sequeiro. Ainda que a literatura científica específica para o café brasileiro seja modesta, evidências consolidadas em outros países da américa latina, indicam consistente aumento de produtividade, reforçando o potencial dos bioestimulantes como ferramentas tecnológicas alinhadas às exigências produtivas, econômicas e ambientais da cafeicultura brasileira.

 
 
 
 




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