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Crédito estruturado deve liderar próximo ciclo de investimentos no Brasil em 2026


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  • mell280

19/12/2025 06h12

Crédito estruturado deve liderar próximo ciclo de investimentos no Brasil em 2026

Andrezza Oliveira


Com juros estáveis, avanço regulatório e uso massivo de IA, o investidor brasileiro sai do "modo CDI" e mira ativos alternativos com lastro real; mercado já se aproxima de R$ 1 trilhão

O mercado financeiro brasileiro vive um ponto de virada. Depois de anos em que a renda fixa tradicional dominou o portfólio do investidor local, o crédito estruturado emerge como protagonista do próximo ciclo de alocação. O ambiente de juros em patamar mais previsível, aliado ao avanço tecnológico e à maturação regulatória está acelerando a migração.

O investidor, antes satisfeito com retornos automáticos atrelados ao CDI, agora busca previsibilidade de fluxo, diversificação e prêmio pelo risco — e encontra nos FIDCs, ativos tokenizados lastreados em operações high yield uma nova fronteira.

Os números confirmam essa aceleração. Com crescimento exponencial, o patrimônio líquido da indústria de Fundos de Investimentos em Direitos Creditórios (FIDCs) já soma R$ 820,7 bilhões, com 3.729 fundos operacionais, segundo dados da Uqbar. A perspectiva é de que o volume supere a casa de R$ 1 trilhão já em 2026. Somente até agosto de 2025, a Uqbar contabilizou a criação de 900 fundos.

No mercado primário, as emissões também apresentaram desempenho expressivo. Entre janeiro e setembro de 2025, os FIDCs que iniciaram operações nesse período movimentaram R$ 96,8 bilhões em emissões. Somente o período compreendido entre 27 de outubro e 6 de novembro de 2025 foi marcado pelo registro de 34 ofertas de cotas de FIDC, que totalizaram um volume de R$ 2,59 bilhões.

“Estamos entrando em uma fase de maturidade do mercado financeiro brasileiro e o crédito estruturado está no centro dessa transformação”, afirma Richard Ionescu, CEO da IOX, boutique de crédito especializada na originação e estruturação de teses de crédito high yield. “Depois de uma década em que o retorno era quase automático via renda fixa, o investidor agora exige método, governança e lastro real”.

A IOX é um exemplo desta tendência. Nos últimos três anos cresceu 90%, levando seu portfólio para R$ 2,3 bilhões, com retorno médio expressivo. A empresa estruturou uma vertical dedicada a fundos exclusivos, estratégia que vem impulsionando rentabilidade, diversificação de risco e escalabilidade do modelo.

O movimento faz parte de um contexto maior. Com o novo ciclo de juros, nem alto o suficiente para acomodação passiva, nem baixo o bastante para apostar apenas em equity, o mercado abre espaço para produtos híbridos: risco calculado, retorno acima da renda fixa e exposição indireta à economia real. Além disso, a evolução regulatória da CVM e o avanço dos instrumentos digitais, aumentaram a previsibilidade jurídica, considerada elemento crucial para que o investidor institucional amplie participação na classe.

“Democratizar ativos alternativos não é popularizar risco, é padronizar transparência. O foco não é volume, é qualidade: governança, garantia real e disciplina técnica”, explica o CEO da IOX.

Do lado das empresas, especialmente médias, o impacto é imediato: mais acesso, menos fricção, estruturas sob medida e capacidade de financiar expansão sem depender exclusivamente dos grandes bancos. A IOX atua na ponta operacional da cadeia, com foco em empresas que antecipam recebíveis como forma de acesso a crédito.

“Estamos na ponta, ao lado das empresas, trabalhando com soluções personalizadas de antecipação de recebíveis que garantem liquidez imediata e previsibilidade financeira em um ambiente cada vez mais instável”, explica Ionescu.

Entre as apostas da casa está o recém-lançado FIDC IOX Real, estruturado para se tornar um dos maiores da casa nos próximos dois anos, com potencial de atingir R$ 1 bilhão a R$ 2 bilhões em poucos anos. A tese envolve garantias imobiliárias, modelo considerado benchmark no mercado de crédito privado.


 





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