Na noite de terça-feira, 23 de dezembro, antevéspera do Natal, a TV Globo levou ao ar mais uma edição do tradicional Especial de Fim de Ano do Roberto Carlos. Um programa que atravessa gerações, carrega memória afetiva e, ao mesmo tempo, abre espaço para encontros que traduzem o Brasil em sua diversidade musical.

 

 

 

Entre esses encontros, um chamou atenção de forma especial: a presença do menino João Gomes. Nordestino, simples, de fala mansa, dono de um gingado próprio e de um baião que carrega raiz, verdade e identidade.

 

 

 

João Gomes não precisou de grandes gestos ou produções mirabolantes para marcar sua participação. Ele entrou como é: simples, leve, sendo ele mesmo. E talvez esteja aí o segredo do seu sucesso. A sanfona deu o tom, a canção autoral trouxe o Nordeste para dentro do especial e, diante dele, o Rei Roberto Carlos acompanhou à sua maneira — quase cantarolando, sentindo o ritmo, respeitando um universo musical que não é exatamente a sua praia, mas que foi acolhido com sensibilidade.

 

 

 

Quem acompanhou o especial pôde ver, além da música, a facerice do menino João durante a apresentação. O sorriso largo, a alegria estampada no rosto, o jeito solto e espontâneo de estar no palco revelaram um artista que canta com o corpo, com o olhar e com o coração. Cada expressão sua parecia dizer que ele estava ali vivendo um sonho — e vivendo do jeito mais verdadeiro possível.

 

 

 

Foi bonito de ver. Um encontro verdadeiro. Um diálogo entre gerações e estilos. Um artista consagrado reconhecendo, no palco, a força de um jovem que representa uma nova cena da música brasileira.

 

 

 

João Gomes já esteve em Campo Grande e se apresentou para mais de 50 mil pessoas na capital de Mato Grosso do Sul, mostrando que sua música ultrapassa fronteiras regionais e encontra eco em públicos diversos. No especial de Natal, ele mostrou novamente que não é preciso perder a essência para chegar longe. Pelo contrário: é justamente mantendo a essência que se chega.

 

 

 

Sua participação deixa uma mensagem clara: ser simples, ser leve e ser verdadeiro ainda abre portas — inclusive para cantar ao lado do Rei. Em um especial que pode estar entre as últimas edições do Roberto Carlos Especial, ver um nordestino ocupando esse espaço com tanta naturalidade foi simbólico, bonito e necessário.

 

 

 

João chegou simples. João saiu simples. E, no meio disso tudo, deixou uma marca.

Hosana de Lourdes é jornalista do portal tudododoms, fã de Roberto Carlos e de João Gomes e assistiu a mais este especial .