PUBLICIDADE

Da inovação à confiança: o novo paradigma da transformação digital pública


PUBLICIDADE
  • mell280

26/12/2025 06h13

Da inovação à confiança: o novo paradigma da transformação digital pública

Vinicius Maranduba


*Por André Noronha, CEO da Citsec

A digitalização dos serviços públicos é uma tendência irreversível e necessária para a modernização do Estado. No entanto, observa-se um paradoxo: à medida que governos ampliam suas ofertas digitais, a desconfiança de uma parcela significativa da população persiste, ou até aumenta. A raiz desse problema não está na falta de eficiência das plataformas, mas na incerteza quanto à proteção de dados pessoais. 

 

O cidadão contemporâneo hesita. Ao ser solicitado a fornecer informações, o receio de desvios de finalidade e vazamentos supera a conveniência do serviço digital. Mesmo com a proteção de dados elevada ao status de direito fundamental, a ausência de uma implementação prática robusta gera insegurança, minando os ganhos operacionais das iniciativas governamentais. 

 

A confiança como pré-requisito, não consequência 

 

É um erro assumir que a transformação digital, por si só, irá reconstruir a relação entre Estado e cidadão. A confiança não é um subproduto automático da tecnologia, ela é um pré-requisito. Quando aplicada sobre uma base de credibilidade pré-existente, a digitalização atua como um facilitador, contudo, sem essa fundação, a introdução de sistemas digitais pode, paradoxalmente, gerar mais suspeita, sendo percebida como mecanismos manipuláveis ou inseguros. 

 

Para reverter esse quadro, o setor público deve investir proativamente em transparência. A tecnologia deve ser a ferramenta que simplifica processos e aprimora serviços, mas apenas em um ambiente onde a segurança da informação é auditável e clara para a sociedade. 

 

A necessidade do security by design 

 

A resposta técnica para este desafio de credibilidade reside na adoção de metodologias de "security by design" e "privacy by design". A segurança e a privacidade não podem ser camadas adicionadas posteriormente, devem ser incorporadas desde a concepção da ideia ou da primeira linha de código de qualquer sistema governamental. 

 

Soluções paliativas, focadas em remediar vulnerabilidades após o desenvolvimento, são insuficientes e custosas. Ferramentas que automatizam a conformidade e garantem a proteção desde a origem, como as metodologias aplicadas pela CITSEC, demonstram que é possível construir arquiteturas robustas que previnem incidentes antes que eles ocorram. 

 

Além disso, é imperativo compreender que a conformidade com leis como a LGPD não se resume à produção de relatórios documentais. A verdadeira segurança depende de uma cultura de privacidade enraizada, onde a proteção de dados é praticada continuamente por todos os servidores públicos, apoiada por tecnologias que integram criptografia, controle de acesso e monitoramento de riscos . 

 

O fator humano e a cultura institucional 

 

A tecnologia, embora vital, não opera no vácuo. A confiança no serviço público é fortalecida pela ética da liderança e pela capacitação contínua. Líderes que promovem transparência e compromisso com o interesse público guiam o comportamento das equipes, elevando a qualidade do serviço e a resolução de problemas. 

 

A cultura organizacional deve transitar da burocracia para a orientação ao cidadão e colaboração entre órgãos. Exemplos internacionais, como o da Estônia, líder global em governo digital, provam que a ênfase na transparência e segurança consolida a confiança pública. No Brasil, iniciativas como o Gov.br mostram o potencial de unificação de serviços, mas também expõem a necessidade contínua de aprimoramento em protocolos de segurança para mitigar fraudes e vulnerabilidades . 

 

Equilíbrio entre eficiência e empatia 

 

O avanço da Inteligência Artificial no setor público traz novos desafios, exigindo um equilíbrio delicado entre eficiência tecnológica e empatia no atendimento. Há um abismo geracional na conscientização sobre privacidade, o que demanda do Estado uma postura de proteção ativa dos dados de todos os cidadãos, independentemente do nível de intimidade destes com a tecnologia. 

 

A reconstrução da confiança passa, necessariamente, pelo investimento em tecnologias de ponta que garantam a governança de dados pessoais, aliadas a uma postura ética e transparente. Somente assim o governo digital deixará de ser uma promessa de eficiência para se tornar uma realidade segura e confiável para a população. 

 

*André Noronha é CEO da Citsec, startup de Proteção de dados e Cyber Security, parte do portfólio da Dome Ventures. 

 

Sobre a Dome Ventures 

A Dome Ventures é uma venture builder Govtech, que nasceu com o propósito de transformar o futuro das instituições públicas no Brasil. Sua missão é contribuir com o avanço digital do setor público, selecionando e desenvolvendo de forma contínua inovações aplicadas e startups que possuam soluções para impactar positivamente a sociedade. Para mais informações, acesse: https://dome.ventures/. 

 

Sobre a Citsec 

A Citsec é uma startup especializada em automação da adequação e gestão de conformidade com diversas regulamentações e frameworks de segurança e privacidade de dados, como a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) no Brasil, o Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados (GDPR) da União Europeia, além de padrões internacionais como NIST e ISO 27001. A empresa oferece soluções tecnológicas para simplificar e agilizar os processos de governança, risco e compliance (GRC) para seus clientes. Para mais informações, acesse: https://citsec.com.br/. 

 






PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
  • academia374
  • Nelson Dias12
PUBLICIDADE