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O que usar no Ano-Novo: cores do Réveillon segundo as tendências 2026


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  • mell280

26/12/2025 08h37

O que usar no Ano-Novo: cores do Réveillon segundo as tendências 2026

Entre tradição, saúde mental e futuro, a escolha da cor no Réveillon deixa de ser superstição e passa a refletir intenção

assessoria


 Todo mês de dezembro, o ritual se repete no Brasil. Vitrines se iluminam em tons claros, araras se enchem de vestidos brancos, tecidos leves e acessórios dourados. A escolha não é aleatória. Herdada de tradições afro-brasileiras e incorporada ao imaginário coletivo ao longo do século 20, a cor branca passou a simbolizar limpeza espiritual, proteção e recomeço. Vestir branco virou, mais do que superstição, um gesto cultural compartilhado.

Mas, à medida que os rituais contemporâneos se transformam, também muda a forma como as pessoas se relacionam com eles. Para a virada de 2026, um movimento silencioso começa a ganhar força: a atualização simbólica do Réveillon a partir da convergência entre psicologia das cores, comportamento de consumo e forecasting de tendências globais.

 

Institutos internacionais como a WGSN e a Coloro, que analisam movimentos sociais, emocionais e estéticos para prever o futuro da moda, do design e do varejo, indicam uma paleta marcada por regeneração, equilíbrio emocional e reconstrução de sentido em um mundo atravessado por crises sucessivas. São cores que não apenas vestem o corpo, mas dialogam com o estado mental coletivo.

Segundo o relatório conjunto da WGSN, autoridade global em previsão de tendências, e da Coloro, sistema de cores aplicado à indústria, a paleta para 2026 reflete uma urgência por restauração. Diferente da Pantone, que foca no mercado gráfico e design, a WGSN analisa dados socioeconômicos para prever o que o consumidor vai sentir necessidade de comprar daqui a dois anos.

A cor como comportamento, não como superstição

A ideia de que cores influenciam emoções não é nova, mas vem ganhando respaldo científico nas últimas décadas. Estudos em psicologia ambiental e neurociência mostram que estímulos visuais afetam diretamente o humor, a percepção de segurança, o nível de alerta e até a tomada de decisões. 

Quando uma pessoa escolhe uma cor para vestir, ela não comunica apenas uma intenção simbólica para o outro. Ela cria um estímulo constante para si mesma. O cérebro interpreta a cor como informação. Tons frios tendem a acalmar, cores vibrantes estimulam energia e movimento, enquanto paletas neutras oferecem sensação de controle e estabilidade.

Nesse contexto, o tradicional branco do Réveillon passa a ser relido não apenas como símbolo espiritual, mas como uma base neutra, um “reset visual”. A novidade está no que vem junto com ele.

Transformative Teal: a cor da regeneração

Entre as apostas para 2026, o Transformative Teal surge como um dos tons mais emblemáticos para o período de virada. Situado entre o azul-petróleo e o verde profundo, ele carrega significados que dialogam tanto com a tradição brasileira quanto com as urgências contemporâneas.

Na leitura simbólica clássica, o verde está associado à esperança, à cura e ao crescimento, enquanto o azul remete à calma, à introspecção e à estabilidade emocional. O teal une essas duas dimensões. Não promete ruptura imediata, mas transformação gradual.

Na psicologia das cores, esse tom está ligado à restauração mental, à reflexão e ao pensamento ecológico. É uma cor que aparece com força em debates sobre sustentabilidade, saúde emocional e novos modelos de vida e trabalho. Para quem chega ao fim de 2025 sentindo desgaste, exaustão ou necessidade de reorganização interna, o teal funciona como um símbolo visual de regeneração.

  | Foto: Coloro x WGSN / Divulgação / CP

Do desejo imediato ao projeto de vida

A atualização cromática do Réveillon também reflete uma mudança mais ampla na forma como as pessoas projetam desejos para o ano seguinte. Se antes as escolhas estavam ligadas a pedidos imediatos, dinheiro, amor, sorte, hoje elas passam a dialogar com conceitos como estabilidade, presença, bem-estar e autenticidade. Essa transição aparece claramente na releitura das cores clássicas.

Amor e paixão: do vermelho ao Electric Fuchsia

Tradicionalmente associado à paixão e ao desejo, o vermelho continua presente, mas divide espaço com o Electric Fuchsia, um tom vibrante que mistura rosa intenso e energia digital.

Enquanto o vermelho remete a impulsividade e urgência, o fúcsia elétrico dialoga com autoconfiança, expressão individual e vitalidade emocional. É uma cor associada à dopamina, ao prazer de existir e de se afirmar. No contexto do Réveillon, ela representa uma paixão menos dramática e mais consciente, ligada à experiência e à autonomia emocional.

Dinheiro e sucesso: do dourado ao Amber Haze

O dourado segue como símbolo de prosperidade, mas abre espaço para tonalidades mais terrosas, como o Amber Haze, um âmbar envelhecido que remete à solidez e à construção de longo prazo.

Do ponto de vista psicológico, tons muito vibrantes de amarelo podem gerar ansiedade visual. Já o âmbar transmite acolhimento e maturidade. Ele simboliza não apenas ganho financeiro, mas estabilidade, patrimônio e escolhas sustentáveis. É a cor de quem pensa em continuidade, não apenas em retorno rápido. 

Paz e espiritualidade: do branco absoluto ao Blue Aura

O branco puro, associado à limpeza e à neutralidade, ganha variações mais suaves. O Blue Aura, um azul claro com aparência etérea, aparece como alternativa para quem busca silêncio mental e clareza emocional.

Inspirado em elementos como névoa, luz difusa e céu, esse tom conversa com práticas de autocuidado, meditação e saúde mental. Ele mantém a ideia de paz, mas com mais profundidade emocional do que o branco absoluto, que pode ser percebido como distante ou impessoal.

Um Réveillon de camadas, não de ruptura

A leitura é clara: não se trata de abandonar a tradição brasileira do branco, mas de enriquecê-la. A tendência da moda de 2026 aponta para combinações mais sofisticadas, com bases neutras (branco, off-white, creme) complementadas por cores que carregam intenção e significado.

Pode ser um acessório em teal, uma sandália em âmbar, uma lingerie em fúcsia ou uma maquiagem em azul etéreo. Pequenos gestos cromáticos que funcionam como âncoras simbólicas para o ano que começa.

Mais do que prever o futuro, essas escolhas revelam uma mudança de postura: menos superstição automática, mais consciência emocional. Vestir uma cor deixa de ser apenas um pedido ao acaso e passa a ser uma afirmação de intenção. No fim das contas, o Réveillon segue sendo sobre recomeços. A diferença é que, agora, eles vêm menos carregados de promessas mágicas e mais alinhados com quem somos e com quem queremos nos tornar.

 




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