- mell280
29/12/2025 09h08
Coleções de Réveillon em branco e dourado lideram vitrines da Região da 44
Antecipadas desde outubro, as coleções de Réveillon em branco e dourado movimentam o atacado e impulsionam a economia do maior polo comercial de Goiânia.
Goiânia, dezembro de 2025 — As coleções de Réveillon passaram a ocupar posição central nas vitrines da Região da 44 semanas antes de dezembro. No Mega Moda, formado pelo Mega Moda Shopping, Mega Moda Park e Mini Moda, o branco e o dourado dominam araras e manequins, orientando a produção, a reposição de estoque e o ritmo das vendas no atacado.
Camisas brancas de botão, vestidos lisos, conjuntos monocromáticos, peças fluidas e modelos com detalhes dourados concentram os maiores volumes de pedidos. No atacado, essas coleções são produzidas e disponibilizadas de forma antecipada para abastecer lojistas de diferentes estados, que revendem as peças ao consumidor final ainda antes da segunda quinzena de dezembro.
João Henrique, lojista do segmento feminino, proprietário da Belíssima, afirma que a demanda por coleções voltadas para o ano novo já começou no fim de outubro. “O Réveillon entrou cedo na coleção. O branco lidera, mas o dourado aparece nos acabamentos. É impossível fugir do tradicional”, relata.
No setor masculino, a lógica é semelhante. A lojista Michelly Ribeiro, da marca Maroto Premium, especializada em camisas sociais e moda casual, afirma que a camisa branca segue como o principal item da temporada. “Ela é a peça-chave. O atacadista compra sabendo que vai vender rápido. Por isso, a reposição precisa ser constante”, explica “Se a coleção não entra cedo, a loja perde espaço. As clientes querem escolher com calma e compram antes de dezembro”, afirma.
A força das coleções de Réveillon está diretamente ligada à estrutura produtiva do polo. Dados do Grupo Mega Moda indicam que 73% dos lojistas fabricam as próprias peças e que cerca de 80% dos produtores são mulheres. O modelo de produção local permite ajustes rápidos de volume e garante abastecimento contínuo ao atacado, acompanhando a demanda crescente do período.
A preferência pelo branco e pelo dourado acompanha uma tendência nacional. Pesquisa da CNDL/SPC Brasil mostra que 54% dos brasileiros pretendem comprar roupas novas para o Ano-Novo, e 37% escolhem o branco como cor principal da virada. O dourado aparece como complemento associado à prosperidade, sobretudo em detalhes e aplicações.
Esse movimento impacta diretamente a economia da Região da 44, considerada o segundo maior polo de moda do país, atrás apenas do Brás, em São Paulo. Estimativas da Associação Empresarial da Região da Rua 44 (AER44) apontam que mais de dois milhões de visitantes circularam pela região entre outubro e dezembro. O polo reúne cerca de 15 mil pontos comerciais e gera aproximadamente 120 mil empregos diretos e indiretos.
O impacto econômico se estende além das lojas. Hotéis, restaurantes, transportadoras, estacionamentos e serviços de entrega registram aumento no movimento desde outubro, impulsionados por revendedores, sacoleiros e turistas de compras. A AER44 projeta que o volume financeiro movimentado até dezembro supere o registrado em 2024, impulsionado pelo fortalecimento das vendas de Réveillon, que passaram a integrar um ciclo de consumo mais longo, iniciado antes mesmo da Black Friday.
Para o Mega Moda, a antecipação das coleções confirma uma mudança estrutural no calendário do atacado. Paula Sepulveda, gerente de marketing do grupo, afirma que o Réveillon deixou de ser uma data pontual e passou a orientar o planejamento do setor. “As coleções entram nas vitrines antes do Natal porque o atacado precisa se abastecer cedo. O branco lidera a produção, o dourado complementa as linhas e as confecções locais respondem com agilidade. A abertura aos domingos ampliou o fluxo e fortaleceu a temporada”, afirma.
Com as coleções de Réveillon dominando vitrines, produção acelerada desde outubro e alta circulação de compradores, a Região da 44 encerra novembro consolidada como referência de varejo de moda para a virada. A combinação entre tradição cultural, produção local e antecipação do calendário reforça o papel do polo goiano na economia do último trimestre do ano.



