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Artuzi diz que foi vítima de perseguição e que Dourados perdeu depois que ele foi preso


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  • mell280

16/12/2010 20h44

Artuzi diz que foi vítima de perseguição e que Dourados perdeu depois que ele foi preso

Artuzi diz que foi vítima de perseguição e que Dourados perdeu depois que ele foi preso

Luiz Radai


Luiz Radai

 

Durante pelo menos três meses, muito foi especulado e muita coisa foi dita a respeito do esquema de corrupção deflagrado pela Polícia Federal na operação Uragano, que culminou na prisão do prefeito, secretários e vereadores de Dourados, segunda maior cidade do Estado.

 

Esta semana, em entrevista ao jornalista exclusiva a Alfredo Barbara, do jornal Diário MS, exibida em vários horários pelo Canal Boa Vida (22 da tv a cabo na cidade), o ex-prefeito Ari Artuzi rebateu as inúmeras acusações sobre ele e disse que não tem nada pra falar sobre ‘os bastidores da Assembléia Legislativa’.

 

Em toda a entrevista, Ari Artuzi afirmou veementemente que foi uma vítima de armação entre o seu delator Eleandro Passaia e a própria Polícia Federal, que teria descoberto algum crime do jornalista e trocado sua liberdade pela entrega dos demais envolvidos no possível crime.

 

O ex-prefeito diz que jamais esperou tal atitude do seu então secretário de Governo. Ari disse que Passaia almoçava ‘todo dia’ em sua casa. “Com a mesma colher que ele comia dava de comer a minha filha pequena, que sentava no colo dele”, disse Artuzi. “Ele deveria ser o primeiro a ser preso”.

 

Segundo o entrevistado, o relacionamento entre ele e seu principal acusador era bom, mas que ‘sentia alguma coisa errada’.

 

Ainda sobre a ‘armação’ de Passaia com a PF, Artuzi fala o nome de alguém chamada Lílian, que teria “montado uma loja em Dourados e anda de carro novo”.

 

Artuzi foi acusado de crimes contra o patrimônio do município depois de vídeos terem sido gravados, em que ele pegava dinheiro do próprio Passaia, como sendo parte de propina de empresas e licitações.

 

O ex-prefeito disse que nos últimos três anos vendeu muitos bens, e que os R$ 10 mil reais que ele e a sua esposa aparecem recebendo seriam de um dos terrenos que ele teria vendido.

 

Ari diz que Passaia é o único que pode saber sobre os montantes de dinheiro que ele próprio foi acusado de receber das empresas.

 

Em outras imagens, dinheiro era distribuído também a vereadores. Sobre esse ‘mensalinho’, Artuzi diz que ‘tudo foi uma armação’, e que ‘a população já deve ter percebido isso’. “Está lá para que todos vejam. Alguns vereadores eram forçados a receber”, disse Ari.

 

Quanto as acusações contra ele, Artuzi disse que espera uma investigação mais apurada, também por parte daqueles que noticiaram muita coisa a seu respeito. O acusado diz que ‘certas pessoas’ não se deram ao trabalho de buscar informações no cartório sobre seus bens. “Essas pessoas tem que parar de me perseguir e fazer uma investigação séria. Eles não acharam nada. Sem prova, sem nada. Só com uma imagem de eu pegando dinheiro. Tudo de que eu vendi. Vendi muita coisa, não podia ter pegado 10 mil?”, indaga o ex-prefeito, dizendo que é tudo conversa de malandro. Sobre as fazendas, Artuzi diz que é tudo ‘mentira e perseguição’.

 

Uma das informações citadas por Ari, é sobre sua mudança do Canaã. O ex-prefeito disse que pessoas da imprensa e de outros órgãos têm preguiça de investigar, e que a notícia foi equivocada, já que tirou de sua antiga casa apenas alguns pertences.

 

Ari promete que vai ficar em Dourados para provar que tudo que passou foi uma grande armação. “Eu fui uma vítima de filmagens. As pessoas deveriam buscar nos arquivos do Detran quantos carros eu vendi, meus terrenos. As minhas dívidas. Vão ver o quanto eu vendi nos últimos três anos, aí estaria falando a verdade. Mentira é fácil de contar”.

 

Artuzi fala que deve mais de 100 mil em Dourados e questiona o confisco de seus bens que o impedem de quitar essas dívidas. “Que eles paguem”.

 

Quanto a Dourados, onde foi eleito prefeito com louvor, o entrevistado disse que muitos projetos estavam em andamento e, assim que ele foi preso, simplesmente estagnaram. Reforma de postos de saúde, recapeamento e desapropriações em prol de obras nos mais diversos bairros, construção de casas populares, instalação de indústria e empresas, licitações milionárias para asfalto e drenagem, são citadas por Ari como parte de seu trabalho.

“A cidade está destruída. Perdeu um monte de projetos. Um monte de dinheiro. Cadê essas pessoas? Elas amam a cidade?”, disse Artuzi.

 

Sobre a nova eleição, Ari disse que não falou com ninguém a respeito. Segundo ele, há uma armação entre a Câmara e a atual prefeita Delia Razuk para destituí-lo do poder, como de fato aconteceu. Segundo ele, renunciou para que houvesse eleições diretas e o povo pudesse decidir. “Se eu não renunciasse eles e aquela prefeita lá [vereadores e Délia] iriam dar um jeito de ficar no poder”.

 

Endividado, Ari diz que não pode vender seus bens confiscados e que precisa disso para sobreviver. “A Justiça que tem que falar. Eles querem que as minhas filhas estudem ou não?”.

Agora Artuzi espera para ser julgado. Evita falar com as pessoas, mas alega que bastante gente veio falar com ele.

Segundo ele, algumas até ofereceram dinheiro para que ele possa sobreviver.

Sobre andar na rua, diz que sabe que algumas pessoas estão com raiva, mas muitas estariam dispostas a ajudá-lo.

“Eu sei que é muito difícil para as pessoas, e que a imprensa fez um carnaval em cima da situação. Quantas vezes apareceu Artuzi pegando dinheiro? Quantas vezes apareceu essa minha imagem na tv, nos jornais? Todos devem saber que foi uma montagem”, disse.

 

Em tom descontraído, Artuzi disse que, se não tiver como sobreviver, levaria os bois e porcos para a sede da Polícia Federal para que os agentes cuidem.





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  • Nelson Dias12
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