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Com 77 anos de idade, o cachorro-quente mais antigo de Maracaju “Tio Rael” segue firme na Praça Central de Maracaju


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03/09/2023 09h29 - Atualizado em 03/09/2023 12h09

Com 77 anos de idade, o cachorro-quente mais antigo de Maracaju “Tio Rael” segue firme na Praça Central de Maracaju

Hosana de Lourdes


Tio Rael e o filho Valmir no carrinho de cachorro-quente Praça Central de Maracaju

 A primeira versão do hot dog surgiu há muitos séculos, em meados de 1500 a.c., quando os babilônios passaram a comer salsicha com pão, mas a popularidade do lanche é devida aos alemães que, em 1850, começaram a chamar o pão com salsicha de hot dog devido ao cachorro de estimação de um cozinheiro de Frankfurt. Mundialmente conhecido no Mato Grosso do Sul não podia ser diferente.  Em Maracaju cidade distante da capital 162 quilômetros  um  cachorro-quente com mais  três décadas, “Tio Rael”,  ganhou popularidade e admiração da comunidade local.

A kombi estacionada diariamente na Praça Nestor Pires Barbosa, centro da cidade, ostenta com orgulho: " Cardápio – Cachorro-Quente Tio Rael".

 

O mais antigo certamente ele é: chega aos seus 77 anos de idade com seu pequeno empreendimento em pé. O negócio nasceu era um carrinho verde e branco final de 1990. O Tio Rael, com seus dois filhos Valmir  e Valdecir Zaniboni, na época o nome era Hot Dog Dois Irmãos. Passados o teste se ia dar certo ou não em 22 de Fevereiro de 1991, resolveram  empreender e a primeira venda foi  sucesso e o cachorro-quente acabaria ganhando fama.

 

Conversando com o Valdeci Zaniboni, surgiu a ideia contar no “tudodoms” os mais de trintas anos do cachorro-quente do Tio Rael.   

 

História

 

Quem começou com o carinho cachorro-quente na praça foi o Juninho, isso lá em 1989,....era um carinho verde e branco. Final de 1990, como eu não havia conseguido me matricular aquele ano no Colégio Padre Constantino, resolvi arrumar um serviço a noite e fui trabalhar no cachorro quente do Juninho. 

No início do ano seguinte ele resolveu vender o carrinho, meu pai sacou um dinheirinho no banco, a princípio o velho resistiu, não acreditava na coisa. Falei, "Pai compra, o troço dá um dinheirinho". E no dia 22 de fevereiro de 1991 passou a ser nosso e meu irmão Valmir começou a trabalhar junto, por isso o nome era Hot Dog Dois Irmãos. Ele chegou faceiro naquela noite porque havia vendido 22 cachorros quentes.

 

Eu e meu irmão seguimos juntos no lanche até 1998. Nisso mudamos de ponto algumas vezes, mas sempre ali por perto da praça. Em 1996, 1997...meu pai começou a ajudar, tivemos uma sorveteria também, a sorveteria Copacabana, mas não deu tão certo igual o cachorro quente e focamos só no lanche. Em 98 fui trabalhar num escritório de contabilidade e depois fui concursado no BB, meu pai assumiu de vez o cachorro quente na praça.

 O Valmir tentou tocar outro carrinho no BNH mas não deu muito certo e ele foi num emprego que arrumou. A questão era o novo nome do cachorro quente, agora só com o Tio Rael, pensamos em Hot Dog Zaniboni, mas não achava legal, parece que não soava bem pra nome de carrinho de lanche. Aí lembrei que meus primos chamavam meu pai de Tio Rael, pintamos o carrinho e pusemos esse nome "Hot Dog do Tio Rael" e pegou, meu pai é pessoa simples, malemal tem o primário escolar, mas é dinâmico, contador de histórias do mundo sertanejo e rural. Esse jeito dele foi bem mais cativante que nós, e ele prosseguiu na mesma receita que aprendeu.

 

Há uns 3 anos atrás, ele teve um câncer benigno no nariz, fez a cirurgia e se recuperou, depois veio um tombo que afetou bastante sua mobilidade e também a idade, vai completar 77 anos em Outubro. E desse modo o Valmir retornou e reassumiu com meu pai o cachorro quente. E fevereiro do próximo ano já vai para 33 anos de Hot Dog Tio Rael, se somar com o tempo do Juninho, dá mais de 35 anos desse cachorro quente na praça de Maracaju. E somos eternamente grato ao Juninho que nos ensinou a fazer o lanche e seus condimentos. Quando eu comecei a trabalhar com o Juninho, o primeiro lanche que fiz foi pro popular Shelo, Luciano Tecli.

 

Esse registro de história é do filho Valdeci, que gentilmente nos atendeu e permitiu que contássemos a todos nossos leitores e seguidores. Trabalhando há 32 anos no mesmo ramo, ela diz que mantém o mesmo tempero usado e que os molhos continuam caseiros. Hoje, o lanche custa a partir de R$ 15. Valdeci destaca que o Pai, enquanto tiver saúde, quer continuar garantindo seu sustento com o cachorro-quente e honrando seus compromissos tirando suas férias e viajando.

 
 




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