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Polícia Civil do MS cumpre mandado de prisão contra integrante do PCC por homicídios em “tribunal do crime”


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  • mell280

25/11/2024 16h25

Polícia Civil do MS cumpre mandado de prisão contra integrante do PCC por homicídios em “tribunal do crime”

Da redação


 

A Polícia Civil de Mato Grosso do Sul (PCMS), por meio do Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco), cumpriu um mandado de prisão preventiva contra W.C.H.S., de 23 anos, conhecido pelos apelidos “.30 PCC”, “Bruxo PCC” e “Príncipe da Facção”. O suspeito é apontado como membro do Primeiro Comando da Capital (PCC) e acusado de participar de homicídios brutais realizados no contexto de “tribunais do crime” promovidos pela facção criminosa.

 

As prisões fazem parte da Operação Renorcrim, uma ação nacional de combate às organizações criminosas, articulada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública por meio da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp). A operação é conduzida pela Coordenação-Geral de Operações Integradas e de Combate ao Crime Organizado (CGOI) e pela Diretoria de Operações Integradas e de Inteligência (Diopi), no âmbito da Rede Nacional de Unidades Especializadas no Enfrentamento das Organizações Criminosas (Renorcrim). Em Mato Grosso do Sul, o Dracco é o ponto focal da operação.

 

Homicídios brutais e participação direta do suspeito

 

W.C.H.S. é acusado de participação ativa em dois homicídios qualificados, ambos marcados por extrema violência e motivações consideradas torpes. Os crimes ocorreram em setembro de 2022, na cidade de Três Lagoas (MS).

 

Primeiro caso: morte de P.C.A.Q.

 

O primeiro homicídio teve como vítima P.C.A.Q., de 32 anos, cujo corpo foi encontrado carbonizado, com pés e mãos amarrados para trás, quatro dias após sua morte. Ele foi acusado pela facção de estuprar a própria filha, uma menina de 8 anos. Segundo as investigações, a vítima foi sequestrada, torturada e submetida a um “interrogatório” por videoconferência, com a participação de cerca de 30 integrantes do PCC, incluindo a mãe da criança e outros familiares. Após o “julgamento”, P.C.A.Q. foi condenado à morte, executado por asfixia (enforcamento) e teve o corpo incendiado e ocultado.

 

Segundo caso: morte de E.R.

 

O segundo homicídio vitimou E.R., de 31 anos. Seu corpo foi encontrado parcialmente carbonizado, enrolado em uma manta, com queimaduras generalizadas e marcas de ferimentos causados por golpes de tesoura no pescoço. A vítima havia sido acusada de agredir sua ex-companheira. Após o término do relacionamento, ele foi sequestrado ao deixar a casa onde vivia e mantido em cárcere privado. Durante o “interrogatório”, novamente por videoconferência, a ex-companheira confirmou as acusações. E.R. foi condenado, torturado e morto, tendo seu corpo posteriormente incendiado.

 

Modus operandi e estrutura do grupo

 

De acordo com as investigações, os crimes contaram com a participação de W.C.H.S. e outros 10 integrantes do PCC, incluindo três mulheres. O grupo, descrito como um “esquadrão da morte”, possuía funções bem definidas para executar as ordens da facção. As vítimas eram julgadas em sessões virtuais realizadas com ampla participação de membros do PCC, e as decisões envolviam tortura, execução cruel e ocultação dos corpos.

 

W.C.H.S. foi denunciado por homicídios qualificados, ocultação de cadáver e por integrar e promover organização criminosa, crimes que podem ter suas penas agravadas pelo uso de armas de fogo. A operação reforça o compromisso das autoridades em combater o crime organizado e responsabilizar os envolvidos em atos de extrema violência.


 




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