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Rapper foi jogada viva em rio após gestos "proibidos"


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10/01/2025 14h18

Rapper foi jogada viva em rio após gestos "proibidos"

Briga de facções criminosas tem feito vítimas inocentes por gestos interpretados como sendo de grupos rivais

Por Dayene Paz


 A rapper conhecida como "La Brysa", de 30 anos, foi encontrada morta no Rio Cuiabá, em Mato Grosso, após estar desaparecida por seis dias. A polícia investiga a possibilidade de que um gesto feito em uma foto no Instagram tenha sido confundido com sinal de facção criminosa, levando ao seu assassinato. O corpo da artista foi encontrado enrolado em um tapete e amarrado a uma lata com concreto, sem sinais de violência. O delegado Bruno Abreu destacou que o número de mortes por essa motivação tem aumentado, com pessoas inocentes sendo alvo de interpretações errôneas de gestos em redes sociais. Casos anteriores de assassinatos relacionados a gestos também foram mencionados, evidenciando a gravidade da situação.

 
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Ao Campo Grande News, o delegado Bruno Abreu comentou que a jovem estava desaparecida há seis dias, inicialmente em investigação conduzida pelo Núcleo de Desaparecidos de Mato Grosso. O corpo foi encontrado nessa quinta-feira e não tinha sinais de violência. "Ela foi enrolada em um tapete, amarrada a uma lata com concreto e jogada viva no rio", afirmou.
 
 
Corpo de rapper foi amarrado em lata com concreto. (Foto: Direto das Ruas)
A primeira linha de investigação é de crime cometido por facção criminosa. Em fotos postadas na rede social Instagram, a rapper faz gestos com as mãos, que podem ter sido interpretados pelo Comando Vermelho - que tem força no estado vizinho - como sendo da facção rival, o PCC (Primeiro Comando da Capital). Segundo o delegado, o gesto seria o número 3 com os dedos.
 
Contudo, nas redes sociais, a jovem usa as mãos para vários gestos, inclusive durante suas apresentações. Até o momento, a polícia não encontrou indícios de que a rapper tenha envolvimento com crimes. "Trabalhava, não tinha passagens", pontuou Bruno.  O delegado afirmou que não descarta outras linhas de investigação.
 
 
Lata com concreto ao lado do corpo da vítima. (Foto: Direto das Ruas)
Natural de Três Lagoas, Laysa residiu em Campo Grande, onde construiu uma carreira de 12 anos na música e na poesia. Reconhecida como uma das principais vozes do freestyle no Centro-Oeste, a artista conquistou diversos títulos em batalhas de rap, incluindo o campeonato "Vai Ser Rimando", promovido pelo também rapper Emicida. Atualmente, era uma das principais figuras das batalhas de rima de Mato Grosso.
 
Recorrente - Bruno Abreu também afirma que o número de mortes com essa motivação tem aumentado nos últimos anos no estado. "Pessoas inocentes, que não tem nada a ver com o crime, às vezes fazem gestos que são atribuídos às facções. Eles sequestram, fazem tribunal do crime e matam", lamentou o delegado.
 
Em setembro do ano passado, em Porto Esperidião (MT), cidade próxima à fronteira com a Bolívia, a então candidata a vereadora Rayane Alves Porto, 25 anos, e a irmã dela, Rithiele Alves Porto, 28, foram torturadas e brutalmente assassinadas a mando de um líder do Comando Vermelho, que ordenou o crime de dentro da prisão.
 
O motivo, segundo a investigação, teria sido a interpretação dos sinais com a mão feitos por elas em fotos tiradas em momento de lazer com a família e publicadas nas redes sociais.
 
 
Rapper foi jogada viva em rio após gestos "proibidos" No dia 17 de dezembro do ano passado, o turista Henrique Marques de Jesus, de 16 anos, foi sequestrado, agredido e morto por um grupo de traficantes de Jericoacoara (CE). O corpo dele foi encontrado no dia seguinte, em um ponto afastado do centro da vila turística mundialmente famosa. A família acredita que o motivo tenha sido o gesto com a mão que Henrique costumava fazer em fotos publicadas nas redes sociais.
 
Recentemente, a rapper baiana Duquesa decidiu retirar do ar o videoclipe de seu single "Fuso", lançado em 16 de dezembro e viralizado no TikTok. A medida foi tomada após fãs alertarem que um gesto feito pela artista no vídeo, representando o número 3 com as mãos, poderia ser associado a uma facção criminosa de Salvador, o Bonde do Maluco (BDM). Com receio, a cantora optou pela exclusão do conteúdo.
 
 




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