PUBLICIDADE
- mell280
13/02/2025 05h28 - Atualizado em 13/02/2025 06h30
Prêmio Jovem Cientista reconhece projetos desenvolvidos por estudantes
A iniciativa é do CNPq e foi retomada após seis anos. Doze estudantes de ensino médio e superior receberam de R$ 12 a R$ 40 mil e computadores.
Luiz Felipe Alves
A cerimônia ocorreu no Sesi Lab, em Brasília Após seis anos, o Prêmio Jovem Cientista retornou para reconhecer os esforços e projetos realizados por estudantes de ensino médio e superior e diferentes partes do Brasil. Ao todo, a cerimônia, que aconteceu nesta quarta-feria (12/2), no Sesi Lab, em Brasília, reconheceu 12 projetos que tiveram impactos sociais relevantes. Os vencedores receberam premiações em dinheiro e notebooks para incentivar novas produções científicas.
Luciana Santos, ministra da ciência, tecnologia e inovação, ressaltou o compromisso de sua gestão com o fomento da ciência para os jovens. "O Fundo Nacional do Desenvolvimento de Ciências e Tecnologias (FNDCT) foi totalmente recomposto no último ano, aumentado as produções científicas no país. A junção de infraestrutura, de agendas de desenvolvimento, parcerias com a indústria e dos talentos brasileiros gera muitas produções científicas, movimentando o campo de pesquisa". Emocionada, a ministra expressou felicidade com os ganhadores dos prêmios: "É muito gratificante ver tantos jovens e tantas meninas e mulheres participando do evento. Temos que virar a página do negacionismo que atingiu o Brasil", afirmou.
Leia também: Presidente da Caesb detalha investimento de R$ 3,2 bilhões até 2029
Além disso, a ministra também confirmou que a edição do ano que vem já está garantida. Para 2026, o tema do projeto é "Resposta às mudanças climáticas".
Leia também: Mais de 1 milhão de contribuintes recebem boletos do IPVA via Correios
Para o presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Ricardo Galvão, o ensino médio é a época em que os jovens podem decidir sobre a vocação profissional. Ele destacou a importância do incentivo a ciência. "Eventos como esse abrem novas perspectivas para outros alunos que pensavam não ser possível entrar na carreira científica", observou.
Leia também: Secretária do Entorno pede suspensão de reajuste no transporte público
Rafael Luchessi, diretor-superintendente Serviço Social da Indústria (Sesi), reforçou o papel social do projeto. "É um serviço social voltado para a educação da população de baixa renda. O nosso objetivo é que o Sesi se torne cada vez mais uma agência promotora da educação de excelência para o ensino público", destacou.
Resistência
A estudante Arienny Souza, 23 anos, de licenciatura em ciências biológicas no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará (IFPA), pesquisou sobre assédio sexual contra alunas no ambiente virtual. O projeto ganhou o primeiro lugar na categoria Ensino Superior. Para a estudante, a ciência é um campo de resistência: "Minha grande motivação para continuar na ciência é mostrar para mulheres e crianças, que como eu, negras e periféricas, podem e devem fazer ciência", afirmou.
Leia também: Encontro de prefeitos causa congestionamento no Eixo Monumental
A estudante deixou um recado para outras meninas: "Aconselho a persistirem. A ciência é um campo de resistência. A ciência transformou minha vida e espero que meu projeto encoraje outras mulheres", finalizou.
Paixão desde criança
O estudante Bernardo de Souza Cordeiro, 16, primeiro colocado na categoria Ensino Médio, teve seu primeiro contato com o campo científico ainda na infância. "Sempre fui muito curioso, assistia muitos documentários e jogava videogames. Por conta disso, entrei no curso técnico de eletrônica. A partir daí, sabia que era o caminho certo", celebrou o aluno do Colégio Técnico da Universidade Federal de Minas Gerais (COLTEC-UFMG).
Leia também: Justiça do DF determina demolição em condomínio irregular no Altiplano Leste
O trabalho desenvolvido por Bernardo consiste no desenvolvimento de um dispositivo de Internet das Coisas, a IoT, na sigla em inglês (máquinas conectadas coletando dados e se comunicando entre si) para detectar alternativas menos nocivas no uso de defensivos agrícolas. "Fizemos esse projeto para propor uma redução no uso dessas substâncias nocivas, proporcionando uma redução nos acidentes e contaminações por conta dos agrotóxicos. Infelizmente, não tem como chegar ao uso de agrotóxico para zero por cento, mas a redução já irá ajudar bastante", completou Bernardo.
Premiação
O Prêmio Jovem Cientista é uma iniciativa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), em parceria com a Fundação Roberto Marinho, com o apoio da Editora Globo e do Canal Futura e patrocínio da Shell Brasil. Neste ano, o Sesi Lab apoiou a cerimônia de entrega. O objetivo é incentivar pesquisas científicas, além de reconhecer projetos de jovens talentos que impactem positivamente a sociedade.
Foram agraciados três estudantes de cada nível em educação superior (graduação, mestrado e doutorado); três do ensino médio; duas instituições de ensino (nível médio e suprior); e um professor doutor.
No retorno do evento, os vencedores de todas as categorias foram premiados com valores entre R$ 12 e R$ 40 mil (dependendo da colocação), bolsas no instituto CNPq e computadores.
Conheça aqui todos os vencedores
*Estagiário sob a supervisão de Malcia Afonso
Saiba Mais
veja também
Feminicidio
Indignação Feminicidio: Jornalista Vanessa Ricarte morre após ser esfaqueada pelo ex-noivo em Campo Grande
Cerimônia ocorreu no Sesi Lab com a presença da ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos - (crédito: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)