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03/03/2025 10h31
MS segue entre os estados mais perigosos para mulheres no Brasil
Governo atribui o número aos registros com qualificadoras corretas, o que não ocorre em muitos estados
Guilherme Correia
Mato Grosso do Sul é o segundo estado mais perigoso para mulheres no Brasil em 2024, com uma taxa de 1,27 feminicídios por 100 mil habitantes, atrás apenas de Mato Grosso. O caso da jornalista Vanessa Ricarte, assassinada pelo ex-noivo em Campo Grande, destacou a gravidade da situação. Vanessa havia solicitado medida protetiva antes de ser morta. O crime chocou o país e evidenciou a vulnerabilidade das mulheres na região Centro-Oeste. Em fevereiro, cinco feminicídios foram registrados no estado, incluindo casos de vítimas indígenas.

Com 35 vítimas no ano, o Estado registrou taxa de 1,27 assassinatos de mulheres por 100 mil habitantes, ficando atrás apenas de Mato Grosso, que lidera o ranking com taxa de 1,28 e 47 vítimas.
Os números analisados pelo Campo Grande News evidenciam a vulnerabilidade das mulheres na região Centro-Oeste, onde se concentram os dois estados com as maiores taxas de feminicídio.
O Piauí aparece em terceiro lugar, com taxa de 1,22 e 40 vítimas, seguido por Roraima (1,10 e 7 vítimas) e Maranhão e Espírito Santo, ambos com taxa de 1,02 e 69 e 39 vítimas, respectivamente.
Outros estados com números preocupantes são Paraná, com taxa de 0,95 e 109 feminicídios, além de Pernambuco, que registrou 77 casos e taxa de 0,85. No Distrito Federal, foram 23 vítimas (taxa de 0,82), enquanto em Goiás, com 57 mortes, a taxa foi de 0,81.
Já os estados com menores índices incluem Amapá, que registrou apenas dois feminicídios e apresenta a menor taxa do Brasil (0,27), seguido por Sergipe (0,45 e 10 vítimas) e Ceará (0,47 e 41 vítimas). São Paulo, estado mais populoso do país, teve 253 feminicídios, mas a taxa é relativamente baixa, de 0,57.
Secretaria da Cidadania - Por meio de nota, a Secretaria da Cidadania disse que Mato Grosso do Sul é um dos estados brasileiros que, desde a promulgação da Lei nº 13.104 (que inclui o feminicídio no rol dos crimes hediondos), tem tipificado e notificado de forma correta os crimes de feminicídio e violência contra as mulheres.
Isso significa, conforme o texto, que com maior número de registros e qualificadoras corretas, os índices colocam o Estado nas primeiras posições. Quanto à concentração com maiores índices de feminicídio na região Centro-Oeste, isso indica fatores estruturais e culturais que precisam ser analisados e enfrentados.
"Diante disso, temos implementado políticas públicas voltadas ao enfrentamento da violência contra a mulher, reforçando ações de prevenção e com uma análise minuciosa da rede de atendimento às mulheres vítimas de violência. Ampliando a rede de proteção, melhorando a interação entre os poderes e modernizando as estruturas existentes".
A secretaria cita, como exemplo, o Ceamca (Centro Especializado de Atendimento à Mulher, à Criança e ao Adolescente em Situação de Violência), que ampliou os serviços de enfrentamento à violência de gênero em diversas dimensões, atuando com as crianças e adolescentes que também são impactados cognitiva e emocionalmente por presenciarem situações de violência doméstica em seus lares.

Rosto de Vanessa Ricarte exibido durante seu velório em Campo Grande; jornalista é uma das várias vítimas de feminicídio no Estado. (Foto: Juliano Almeida)
Caso Vanessa - O feminicídio da jornalista Vanessa Ricarte teve repercussão nacional. AEla foi assassinada pelo ex-noivo, Caio César Nascimento Pereira, em 12 de fevereiro de 2025, em Campo Grande, após solicitar medida protetiva contra ele.
O crime ocorreu enquanto Vanessa tentava retirar seus pertences da casa onde moravam. Ela foi esfaqueada três vezes no coração e morreu no local. Antes, a caminho da morte, Vanessa enviou áudio a um amigo reclamando da forma como foi tratada na Delegacia da Mulher. O caso levou a formação de grupo de trabalho para reformular protocolos de atendimento e discutir políticas contra o feminicídio.
Mas ontem, mais um caso foi registrado em Mato Grosso do Sul. Giseli Cristina Oliskowiski, de 40 anos., foi morta a pedradas e queimada no Bairro Aero Rancho, em Campo Grande. Foi o 6º em menos de 30 dias.
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