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Caio prendeu Vanessa em ciclo de extrema violência psicológica, revela relatório


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  • mell280

08/03/2025 10h52

Caio prendeu Vanessa em ciclo de extrema violência psicológica, revela relatório

Relatório final do Inquérito Policial foi concluído após extensa investigação da Deam (Delegacia Especializado no Atendimento à Mulher) sobre o feminicídio da jornalista Vanessa Ricarte, em Campo Grande

José Camara


 O feminicídio de Vanessa Ricarte chamou a atenção de muitas pessoas. O Brasil viu a forma brutal com que a jornalista, descrita por amigos como uma mulher alegre e de sorriso fácil, foi assassinada pelo ex-noivo Caio do Nascimento, em fevereiro deste ano. O Primeira Página teve acesso ao Relatório Final do Inquérito Policial do caso, que investiga a morte, a tentativa de assassinato de um amigo da vítima e o ciclo de extrema violência ao qual Vanessa foi submetida antes de morrer.

 
caio nascimento 1
O Inquérito Policial foi assinado pela delegada responsável pelo caso, Analu Ferraz. As investigações da DEAM (Delegacia Especializada no Atendimento às Mulheres) dão conta da intensa violência sofrida por Vanessa Ricarte, antes dela ser assassinada por Caio. A defesa do agressor se pronunciou e afirmou que acompanha o processo. Leia na íntegra, o retorno no fim deste conteúdo.
 
Para a investigação, o feminicídio da jornalista foi premeditado e uma resposta do agressor à tentativa de Vanessa sair do ciclo das violências psicológica, patrimonial e física as quais era submetida.
 
 
O documento, de 25 páginas, foi entregue à Justiça para o indiciamento de Caio do Nascimento pelos crimes cometidos contra Vanessa: feminicídio, cárcere privado e violência psicológica. O inquérito, após reprodução simulada, também conseguiu comprovar a tentativa de homicídio contra um amigo da jornalista, que estava no local do crime.
 
Os crimes imputados à Caio do Nascimento já foram denunciados pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) à Justiça. O Primeira Página não conseguiu confirmar se a denúncia foi ou não aceita pela judiciário. O próximo passo do processo é a audiência de instrução, para o júri popular do feminicida. Somados os crimes, o agressor pode ser sentenciado a mais de 40 anos de prisão.
 
Vanessa Ricarte e o ciclo de extrema violência psicológica
Vanessa Ricarte
Vanessa Ricarte. (Foto: Instagram)
Caio se apresentou como um príncipe quando conheceu Vanessa. As investigações da DEAM conseguem comprovar o ciclo de violência a qual a jornalista se viu presa durante o relacionamento abusivo, que “é bipolar, cheio de altos e baixos”, como descreve o inquérito.
 
O agressor tirou a vida de Vanessa após a jornalista ir duas vezes à DEAM. Na 1ª, na madrugada do dia do feminicídio, a vítima relatou ter sido exposta nas redes sociais, e pediu uma medida protetiva contra Caio. Encorajada a relatar as agressões físicas e psicológicas sofridas, Vanessa voltou à delegacia durante a tarde. Após sair do local, a vítima, junto de um amigo, voltou para casa e foi assassinada pelo músico.
 
 
Para a Polícia Civil, neste meio tempo, entre uma ida e outra à delegacia, Caio teria premeditado o feminicídio de Vanessa. Mas antes do assassinato, a jornalista já estava imersa em um ciclo de violência, ao qual o inquérito consegue comprovar.
 
Segundo as investigações da DEAM, Vanessa foi vítima de uma crueldade sem tamanho. A jornalista se silenciou diante do ciclo de violência imposto por Caio do Nascimento. A vítima foi mantida em cárcere e privado por cinco dias.
 
“Quando uma mulher sofre agressão, a maioria de nós se revolta contra essa violência, pois a agressão física choca e causa comoção geral com grande repercussão, mas agredir uma mulher não é só usar violência física”.
 
Relatório Final do Inquérito Policial.
Vanessa perdeu a autoestima e determinação como mulher empoderada, frente às violências sofridas. Segundo os depoimentos dos amigos da vítima, mais de 10 incluídos como testemunhas ao inquérito, a jornalista “anulou-se para aceitar a submissão do ciclo de violência que Caio impôs a ela”.
 
“Vanessa foi surpreendida pela covardia, frieza e ódio de um homem que viu uma mulher (mesmo que com medo) romper o ciclo de violência Caio não aceitou o fim”.
 
 




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