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Como o dinheiro físico pode ajudar na educação financeira das crianças?


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  • mell280

28/04/2025 16h36

Como o dinheiro físico pode ajudar na educação financeira das crianças?

Por Alice Vieira


*Por João Victorino

Sabemos que o dinheiro físico está sendo cada vez menos utilizado pela população brasileira em geral, principalmente diante da facilidade, da rapidez e da segurança dos meios digitais, que tornam o dia a dia das pessoas mais prático. No entanto, a nota e a moeda não deixam de ter o seu valor, e não me refiro só no sentido literal, pois elas também possuem um imenso valor para iniciar a educação financeira das crianças.

É claro que antes de fazermos essa iniciação precisamos avaliar a idade e, principalmente a maturidade da criança, para termos certeza de que consegue entender algumas situações. Não é recomendado dar dinheiro ou cartão para os pequenos que ainda não estão prontos para isso, porém, para aqueles que já conseguem ter um discernimento melhor, o dinheiro físico pode ser um grande aliado nesse processo, já que é algo palpável.

Por exemplo, se você der uma nota de 50 reais para seu filho ir à padaria comprar alguns pãezinhos e retornar com o troco, será muito mais fácil que ele perceba o quanto foi gasto e o quanto ficou sobrando, pois conseguirá visualizar totalmente o dinheiro. Além disso, é bem provável que guarde na memória as notas que possui e que estarão disponíveis para uso em uma próxima oportunidade.

Com o cartão - de crédito ou débito - e o Pix (que depende de um aparelho celular), essa percepção imediata é quase inviável. É claro que podemos visualizar o saldo total e saber a quantia que saiu a partir de determinada compra, mas conforme vamos comprando sem conferir, chega um momento que já não se sabe o total dos gastos a longo prazo, pois é mais difícil manter um controle e eventualmente uma compreensão plena do cenário.

O fato é que além de sempre buscarem utilizar uma linguagem acessível para as crianças, os pais e os responsáveis também podem promover a educação financeira de forma lúdica, por meio de brincadeiras e jogos diversos. Inclusive, o primeiro jogo que me vem à cabeça é o clássico Banco Imobiliário, pois quando eu brincava, adorava conseguir comprar o máximo de hoteizinhos que conseguisse.

O Banco Imobiliário tradicional, com notas físicas, é uma oportunidade divertida para que as crianças tenham acesso ao dinheiro, façam contas e compras, cuidem da quantia que possuem, sem ter que lidar com o dinheiro de verdade. Hoje em dia, o mais comum é o Banco Imobiliário com maquininha e cartão de crédito, mas que perde um pouco a graça diante da proposta. Se optar por jogar com as cédulas, você terá uma rara oportunidade de ver o rostinho dos pequenos se iluminar quando verem o acúmulo de notas nas mãos.

Outro ponto positivo do uso do dinheiro físico é a possibilidade de ensinar, de forma concreta, conceitos como troco, limite, prioridade e até mesmo planejamento. Se a criança recebe uma quantia semanal para comprar o lanche da escola, por exemplo, ela aprende que, ao gastar tudo em um único dia, ficará sem dinheiro para os dias seguintes. Essa vivência direta e visual, com as notas diminuindo ao longo dos dias, ajuda a desenvolver a noção de escassez e a importância de fazer escolhas.

Além disso, o dinheiro físico facilita a introdução de três potinhos ou envelopes - uma técnica clássica de organização financeira adaptada para os pequenos: um para gastar agora, outro para guardar e um terceiro para doar. Essa simples divisão ensina, desde cedo, que o dinheiro não é apenas para consumo imediato e também pode ser economizado para algo maior ou usado para ajudar outras pessoas.

Dica: prefira potinhos de vidro ou plástico transparente, pois ver o dinheiro acumulando é uma poderosa ferramenta de reforço para o investidor iniciante continuar no caminho. Infelizmente a digitalização roubou esse momento das pessoas. Vale lembrar que isso não significa criar uma aversão ao mundo digital. Pelo contrário, pois o ideal é que a criança, ao crescer, consiga transitar entre os dois universos com consciência. Mas começar pelo tangível pode ser mais eficaz para construir uma base mais robusta de compreensão.

Aqui estão 5 dicas para aplicar no dia a dia:

1. Dê mesadas ou semanadas em espécie e acompanhe junto com a criança os gastos.
2. Crie metas simples com recompensas: “Se economizar R$ 5 essa semana, podemos usar esse valor para completar a compra daquele brinquedo que você quer.”
3. Use cofrinhos transparentes para que a criança veja o dinheiro “crescendo”.
4. Converse sobre os preços dos produtos, mostre etiquetas e faça comparações juntos.
5. Estimule a criança a participar do mercado, da feira ou da padaria, incentivando-a a fazer pequenas compras com orientação.

A educação financeira na infância é uma semente poderosa. E o dinheiro físico pode ser o primeiro instrumento dessa aprendizagem. Cabe a nós, adultos, aproveitar as oportunidades do cotidiano para ensinar com carinho, paciência e, sempre que possível, com um toque de diversão. Afinal, entender de dinheiro é entender sobre escolhas - e quanto mais cedo essa consciência for construída, maiores as chances de termos adultos mais responsáveis, seguros e livres financeiramente.

*João Victorino é administrador de empresas, professor de MBA do Ibmec e educador financeiro. Com uma carreira bem-sucedida, busca contribuir para que as pessoas melhorem suas finanças e prosperem em seus projetos e carreiras. Para isso, idealizou e lidera o canal A Hora do Dinheiro com conteúdo gratuito e uma linguagem simples, objetiva e inclusiva.

Informações à imprensa:
Seven PR

 






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