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Mercado de eventos deve faturar mais de R$ 140 bi este ano


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  • mell280

23/09/2025 07h07

Mercado de eventos deve faturar mais de R$ 140 bi este ano

Clarisse Benony


Empregos no setor já superam níveis pré-pandemia de Covid-19 em 60%, conforme Abrape

 

O mercado de eventos no Brasil deve movimentar R$ 141,1 bilhões este ano, de acordo com projeções da Associação Brasileira de Promotores de Eventos (Abrape). O valor representa crescimento de 8,4% em relação a 2024 e reforça a importância econômica do setor que, antes da pandemia de Covid-19, já representava mais de 4% do Produto Interno Bruto (PIB).

A trajetória do mercado de eventos pode ser dividida em três momentos: o auge em 2019, o processo de retomada pós-pandemia em 2022 e a consolidação de um modelo mais segmentado e tecnológico em 2025, segundo representantes do setor. Esse percurso é marcado por transformações na forma de organizar e consumir eventos, bem como pela adoção de tecnologias, como plataformas de vendas online e soluções digitais para gestão de dados e segurança.

Em 2019, o mercado de eventos brasileiro viveu um período de expansão. Foram realizados mais de 2,2 mil eventos empresariais ao longo do ano, com cerca de 10 milhões de participantes. O setor movimentou, aproximadamente, R$ 209 bilhões, sendo responsável por 2 milhões de empregos, segundo a Associação Brasileira de Empresas de Eventos (Abeoc). A expectativa para o ano de 2020 era de crescimento entre 10% e 15%. 

No entanto, a chegada da pandemia de Covid-19 interrompeu esse ciclo. A proibição de aglomerações ocasionada pela disseminação do vírus causou um prejuízo estimado em R$ 90 bilhões. Assim, mais de 20 mil empresas se viram forçadas a fechar as portas, conforme a Abeoc.

Para o CEO e fundador da Digital Manager Guru, André Lado Cruz, a pandemia de Covid-19 foi um divisor de águas para o mercado de eventos. “Foi um acelerador histórico. O que levaríamos décadas para construir, fizemos em meses”, relembra. 

Nesse sentido, ele destaca a digitalização do setor, que acarretou a mudança de comportamento de organizadores e do público. “Sejamos francos: sem tecnologia, o mercado de eventos teria morrido na pandemia. Foi o empurrão forçado que obrigou até os mais resistentes a digitalizar processos. Em dois anos, aconteceu o que estava previsto para 20”, avalia. 

“E o mais interessante é que não foi só o organizador que mudou. O público também. Agora todo mundo exige fluidez, personalização e zero fricção. Querem comprar ingresso com um clique, assistir conteúdo extra, participar de comunidades. Não aceitam menos do que isso”, acrescenta.

O cenário também apontou uma dualidade. ”Paradoxalmente, quanto mais o mundo fica digital, mais aumenta o valor do presencial”, reflete André. “A pandemia mostrou que a tecnologia não substitui encontros humanos, apenas os potencializa. Ninguém fecha grandes negócios ou constrói comunidade duradoura por link de vídeo. Experiência real não tem atalho.”

E todo esse processo de adaptação foi decisivo para muitos negócios.”Tivemos uma seleção natural impiedosa. Muita empresa foi varrida do mapa, e, sinceramente, talvez tenha sido até bom. O mercado ficou mais limpo, mais profissional, com menos amadores ocupando espaço. Quem sobreviveu saiu mais forte, mais digitalizado e mais estratégico.”

Retomada acelerada e o boom dos eventos híbridos

A adaptação forçada para os formatos virtuais e híbridos não conseguiu compensar a queda na receita, sobretudo em segmentos dependentes da experiência presencial, como festivais e feiras de negócios. Somente a partir de 2021 teve início a recuperação do setor, como relatam os órgãos representativos.

Nesse período, foram criadas 268 mil novas vagas de trabalho, de acordo com dados do setor, e os eventos começaram a voltar em ritmo acelerado. O presidente da Abrape, Doreni Caramori Júnior, afirmou à época que a retomada foi impulsionada pela demanda reprimida.

“É um efeito que, sem dúvida, impacta o nosso resultado e dificulta a entrega dos eventos no padrão de qualidade que gostaríamos. Para manter o padrão de qualidade você precisa contratar eventualmente pessoas custando mais caro, e isso diminui a margem dos eventos, é um impacto indireto da pandemia após retomada”, explicou em entrevista à imprensa

Em 2022, a estimativa é que tenham sido realizados 440 mil eventos no Brasil, chegando mais próximo da capacidade do período pré-pandemia, segundo a Abeoc. Os formatos híbridos, que combinam presencial e digital, foram predominantes e abriram novas possibilidades de engajamento e alcance.

De acordo com pesquisa do Portal Feiras do Brasil, 83% dos profissionais do setor declararam que os eventos virtuais não alcançam o mesmo nível de networking e geração de negócios dos presenciais. Mesmo assim, a incorporação de elementos digitais permaneceu como tendência, o que permitiu a expansão do público e a redução de custos logísticos.

Segmentação, tecnologia e novos formatos em 2025

O cenário atual aponta para um mercado mais maduro e diversificado. Para 2025, a Abrape estima faturamento de R$ 141,1 bilhões até o fim do ano, com mais de 103 mil empresas ativas e nível de emprego 60% acima do período pré-pandemia.

Eventos menores e personalizados têm se destacado. Dados do Relatório do Mercado de Eventos no Brasil 2025 mostram que encontros com até 2 mil pessoas registraram ticket médio 80% superior ao de grandes eventos. A tendência reflete a busca por experiências imersivas, conveniência e conexão emocional.

André Lado Cruz, concorda. “Hoje o jogo é outro: eventos menores, segmentados, com foco em alto valor e margens mais saudáveis. A era dos megafestivais de vaidade está com os dias contados”, analisa. “Estamos num patamar inédito de maturidade. A nova fronteira não é escolher entre físico ou digital. É explorar os dois ao mesmo tempo, com novas receitas, comunidades vivas e eventos que não acabam quando as luzes se apagam.”

A presença da tecnologia continua crescente. O uso de dados para planejamento, segurança e personalização se tornou indispensável. Nesse contexto, soluções como plataforma para infoprodutores ampliaram a integração entre eventos presenciais e digitais, reunindo em um só ambiente a venda e a gestão de ingressos.

Caramori Júnior avalia que o mercado chega a um novo nível. “Com o setor consolidado em um patamar cerca de 60% acima dos níveis pré-pandemia, 2025 promete ser um ano de novas conquistas e oportunidades para todos os envolvidos no mercado de eventos.”

 


Foto: Freepik

 


 





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