Documentário sul-mato-grossense estreou na capital e agora segue para apresentações em Albuquerque, Barra de São Lourenço, Paraguai Mirim e Corumbá
Ao longo de 29 dias, a equipe de Quatro Luas Pantaneiras passou por Albuquerque, Barra de São Lourenço, Serra do Amolar e Nhecolândia, em Mato Grosso do Sul, registrando o dia a dia de Vera, Leonora, Edilaine e Rosa Maria. Agora, é hora de voltar à região em que ocorreram as gravações para promover exibições em escolas e voltadas à comunidade. O ciclo de quatro apresentações conta com os apoios do Instituto Homem Pantaneiro, ECOA, Secretaria Municipal de Educação de Corumbá, Fundação de Turismo do Pantanal, Fundação de Cultura de Corumbá e Prefeitura Municipal de Corumbá, e terá início em Albuquerque, no dia 17/11; Barra de São Lourenço, no dia 19/11; Paraguai Mirim, no dia 20/11; e Corumbá, no dia 21/11.
Para a idealizadora e diretora do longa-metragem Ana Carla Loureiro, dar protagonismo e voz à mulher pantaneira é uma das grandes forças do projeto. “Esse filme nasce de uma necessidade de justiça — justiça a essas mulheres pantaneiras que, por tanto tempo, ocuparam um lugar quase invisível na história. Mulheres que sustentam o território, a cultura, a economia, mas que raramente são vistas. O documentário busca honrar esse papel, tirar essas mulheres da retaguarda e colocá-las no centro, onde sempre deveriam estar”, afirma.
Mais do que contar suas histórias – como vivem, como produzem, como se sustentam, como se relacionam com o ecossistema, seus sonhos e dificuldades -, o documentário é sobre enxergar a mulher pantaneira em toda a sua potência. “Essas quatro mulheres representam diferentes formas de pertencer ao Pantanal, mas todas têm em comum essa força silenciosa, essa entrega à vida e à natureza. Três delas são pantaneiras de nascimento, de raiz mesmo. E a Vera é pantaneira de coração - veio do interior de São Paulo ainda criança, e se fez parte desse território”, acrescenta. Ao falar das personagens, não podemos deixar de citar Bianca Machado, nossa produtora e responsável pela pesquisa que nos levou à descoberta dessas mulheres inspiradoras.
Outro ponto de especial atenção do filme foi a fotografia, para que refletisse a beleza do Pantanal, mas não de forma idealizada e, sim, real, viva, pulsante. Além disso, era importante entrar na casa e na vida das pessoas com delicadeza, sem invasão. Nesse sentido, o documentário contou com um time de alta linha. “Eu tive a sorte de contar com profissionais extremamente sensíveis. Wlacyra Lisboa, Kojiroh, João Paulo Gonçalves e Elis Regina Nogueira (making of) entenderam desde o começo essa necessidade de filmar com respeito, com amor, com escuta. Foi um processo muito bonito, porque a equipe toda se envolveu de corpo e alma. Não era só sobre fazer um filme, mas sobre viver o Pantanal”, enfatiza Ana Carla. “O Pantanal tem uma luz muito própria, uma textura que muda o tempo todo. Era importante que o filme traduzisse isso, a beleza desse território, das pessoas, da vida simples, sem exagero, sem artifício”, completa.
O filme também traz luz à questão ambiental, uma vez que o Pantanal – que desempenha papel fundamental na estabilização do clima e na sustentação da vida no planeta - tem enfrentado a maior seca das últimas quatro décadas. “Fiquei tocada pela beleza desses lugares, mas também sensibilizada pelos desafios ambientais. O Amolar, por exemplo, é uma serra extraordinária — tão linda, tão próxima e, ao mesmo tempo, tão pouco conhecida. Mas a gente sente os efeitos dos incêndios e o quanto eles devastaram e impactaram o Pantanal. Há áreas com pouquíssimos animais silvestres, muita poluição, um desequilíbrio visível”, lamenta a diretora. “A resiliência do povo pantaneiro, no entanto, é admirável e indispensável: sem ela, não dá pra se viver no Pantanal. É preciso também muita solidariedade e amor pelo lugar, e isso posso dizer que aprendi com nossas personagens”, finaliza.
Com trilha sonora original de Marcelo Loureiro, 70 minutos de duração e filmagem em resolução 6K, Quatro Luas Pantaneiras é um olhar sobre resistência – da terra, das mulheres, da cultura e de um Pantanal que, apesar de tudo, segue pulsando.
Incentivo à Cultura
Quatro Luas Pantaneiras é uma realização da produtora Cist em coprodução com a Quíron 5 Filmes, viabilizada com recursos da Fundação de Cultura de MS, Governo de MS, Lei Paulo Gustavo, Ministério da Cultura e Governo Federal. Conta ainda com apoio da Pantanal Film Commission.
O Projeto Quatro Luas Pantaneiras - Termo de Execução Cultural no 1287/2024, Lei Complementar no 195/2022, Decretos no 11525/2023 (decreto Lei Paulo Gustavo) e 11.453 (decreto de fomento) - também prevê a oferta de exibições com palestras em escolas de cidades pantaneiras. Além disso, o documentário conta com recursos de acessibilidade, incluindo interpretação em Libras, legendas e audiodescrição, garantindo que pessoas surdas, com deficiência auditiva e com deficiência visual também possam vivenciar plenamente a obra.
“A ACESSIBILIDADE COMEÇA QUANDO O PRECONCEITO TERMINA”
Ficha Técnica
Direção e Roteiro - Ana Carla Loureiro
Produção Executiva - Rogério Hermes
Participação Especial – Claudia Gaigher
Produção e Pesquisa de Personagens - Bianca Machado
Direção de Fotografia (Albuquerque) - Wlacyra Lisboa e Kojiroh
Direção de Fotografia (Serra do Amolar, Nhecolância e Barra de São Lourenço) – Kojiroh, com codireção de João Paulo Gonçalves
Making Of – Elis Regina Nogueira
Drone – Kojiroh e João Paulo Gonçalves
Som Direto – Adriano Jara (Taita)
Gaffer – Liel Gaeth
Motorista – Edson Farias (Bigode)
Piloteiros – Walmor Spindola, Áureo Pereira Valejo (Moza) e Vinícius Silva
Montagem – Gabriel Lucena
Trilha Original – Marcelo Loureiro
Sound Designer – Gabriel Lucena e Adilson Big Fernandes
Color e Pós-Produção – Gabriel Lucena
Motion Graphics – Elvis Martins
Design Gráfico – Luciana Duailibe, Gutto Loureiro e Neo Ávila
Divulgação – Thamara Rezek
Imagens de Incêndios – Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul e Valdec Filho
Imagens de Onça Pintada (Câmera Trap) – Instituto do Homem Pantaneiro IHP
Ideia Original – Projeto Mulheres do Pantanal, de Ana Carla Loureiro e Linda Benitez
Apoios – ECOA, Fazenda Carmem e Prefeitura Municipal de Corumbá
Produção – Cist – Consultoria, Inovação e Soluções em Tecnologia
Coprodução - Quíron 5 Filmes
SERVIÇO:
17/11/2025 – Albuquerque – 19h
Local: Escola Municipal Rural de Educação Integral Luiz de Albuquerque e Melo Pereira e Cáceres e Extensões.
19/11/2025 – Barra de São Lourenço – 14h
Local: Escola das Águas Barra do São Lourenço
20/11/2025 – Paraguai Mirim – 9h
Local: Escola Municipal Rural de Educação Integral Polo Paraguai Mirim
21/11/2025 – Corumbá – 20h
Local: Cineclube Macaco da Noite – Prainha do Porto Geral
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