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- mell280
04/12/2025 16h08
Ascensão do presidente da FPF tem origem nas eras mais contestadas da federação. Entenda!
assessoria
Trajetória de Reinaldo Carneiro Bastos inclui cargos de vice-presidência sob Farah e Del Nero em períodos de grande desgaste institucional
A trajetória de Reinaldo Carneiro Bastos dentro da Federação Paulista de Futebol não pode ser narrada sem enfrentar um ponto central: ele ergueu sua carreira no núcleo das duas gestões mais controversas da história recente do futebol paulista. Primeiro sob Eduardo José Farah, alvo constante de questionamentos públicos, depois sob Marco Polo Del Nero, banido pela FIFA. Nesse contexto, o dirigente não atuou de longe, pois foi vice-presidente de ambos. E é essa convivência prolongada com lideranças marcadas por suspeitas que volta a acender o debate sobre quem moldou o atual presidente da FPF.
Vice de Farah: o herdeiro político de uma gestão contestada
Nos anos 1990, a FPF representava poder absoluto e uma sombra permanente de controvérsias. Sob Eduardo José Farah, surgiram denúncias recorrentes de falta de transparência, concentração de autoridade e arbitragens sob forte suspeita. Embora não tenha havido condenação judicial, o volume de críticas consolidou aquele período como um marco negativo para a governança do futebol paulista.
É nesse contexto que Reinaldo aparece no topo da estrutura, ocupando a vice-presidência e participando das decisões que sustentaram a engrenagem mais contestada da federação. A ligação com Farah permanece como peça-chave para entender sua formação política, marcada pela legitimação de estruturas e alianças que sobreviveram ao tempo e moldaram a cultura administrativa da instituição.
Vice de Marco Polo Del Nero: a proximidade com um dirigente posteriormente banido
Após a era Farah, Reinaldo manteve espaço privilegiado, agora ao lado de Marco Polo Del Nero, que viria a presidir a CBF e ser banido pela FIFA por violações ao código de ética em meio ao escândalo global do FIFAGate. Enquanto Del Nero acumulava poder, Reinaldo ocupava mais uma vez a vice-presidência, integrando o núcleo de comando que, anos depois, enfrentaria a maior crise reputacional do futebol brasileiro.
A crítica recorrente entre especialistas tem fundamento claro. A convivência não foi episódica, foi estrutural. Reinaldo esteve ao lado de Del Nero nos anos que antecederam sua própria ascensão, absorvendo a lógica política que sustentava a gestão e ascendendo dentro de um ambiente marcado por suspeitas que ecoariam mundialmente.
Uma trajetória moldada por heranças que não se apagam
Em 2015, ao assumir a presidência da FPF, Reinaldo buscou representar uma nova fase administrativa. Mas a narrativa encontra resistência porque sua formação política está enraizada nos bastidores que o futebol paulista tenta superar. A cronologia é explícita: vice de Farah, gestor de uma FPF marcada por práticas contestadas; vice de Del Nero, dirigente posteriormente banido; e, por fim, presidente, sustentado pela mesma estrutura que o impulsionou.
Para críticos, Reinaldo se tornou produto direto do modelo que agora promete transformar. Sua trajetória, forjada no interior de gestões marcadas por desgaste público e institucional, carrega pesos simbólicos que não se dissipam com declarações.
O desafio de romper com a própria origem
Entre analistas de política esportiva, a avaliação é unânime. Não é possível dissociar a imagem pública de Reinaldo de sua convivência com Farah e Del Nero. Essa dupla vice-presidência o situa como herdeiro institucional de um sistema que acumulou suspeitas, crises e questionamentos internacionais.
E, mesmo com discursos renovados sobre modernização e transparência, a pergunta que persiste é direta e incômoda. Afinal, como convencer que representa ruptura alguém que cresceu, amadureceu e chegou ao topo exatamente dentro das gestões que simbolizam o passado mais controverso do futebol paulista?
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