A astrologia, prática milenar que desperta o interesse da humanidade ao longo dos séculos, vem ganhando novas nuances com o avanço da tecnologia. O mercado mundial de aplicativos astrológicos está em expansão. Segundo dados da Global Growth Insights, a perspectiva de crescimento anual é de 24,76% até 2033. O salto entre 2024 e 2025 deve ser de US$ 4 milhões para US$ 5 milhões.

Parte dessa receita vem do impulso provocado pela personalização que a Inteligência Artificial (IA) possibilita. Entre os entrevistados, 58% preferem horóscopos personalizados, e 44% escolhem aplicativos com análises preditivas. 

Segundo a pesquisa, o uso dos apps está associado à busca por dicas diárias para tomadas de decisão de diferentes áreas da vida, seja relacionamentos, carreira ou bem-estar. 

Também há o interesse por sugestões sobre como fazer mapa astral e sinastria amorosa, bem como receber orientações para a compreensão dos trânsitos astrológicos, entre outras informações. 

Dessa forma, os aplicativos de astrologia tornaram-se uma extensão do movimento de bem-estar mental, combinando autoconhecimento e entretenimento. É como se os resultados oferecessem um tipo de autocuidado digital, ajudando os usuários a encontrarem clareza para tomar melhores decisões, como quando se entende, por exemplo, o que é sinastria amorosa a fim de compreender as potências e os desafios de um relacionamento. 

“A astrologia é uma ferramenta que nos permite interpretar nossas experiências, entender como sentimos, do que gostamos, como nos comunicamos e como reagimos a determinadas situações”, destaca a astróloga Cláudia Lisboa. 

Como a IA é aplicada à astrologia

A astrologia se baseia na posição dos astros e planetas no momento do nascimento de uma pessoa. Essa configuração é interpretada por astrólogos que, por meio de habilidades e conhecimento, fazem previsões e análises. Quem se interessa pela área pode pesquisar onde fazer curso de astrologia para estudá-la de forma mais aprofundada. 

O uso da IA aplicado à astrologia acontece a partir de algoritmos e grandes conjuntos de dados para analisar padrões e fazer previsões. A partir da análise desses dados, a tecnologia coleta informações de diversas fontes, como tendências sociais, comportamentos e dados históricos de previsões astrológicas. 

A partir disso, os aplicativos conseguem entregar horóscopos e leituras “contextuais” com LLMs (Large Language Model), ou seja, o texto se adapta a preferências e histórico de cada usuário, mantendo tom e temas favoritos, uma forma de personalização. As notificações em tempo real estão associadas a “trânsitos” e marcos pessoais, como datas festivas e mudanças de emprego.

Os recursos oferecidos pelos aplicativos incluem horóscopo diário, análise de compatibilidade, gráficos referentes ao nascimento, além da possibilidade de se conectar ao vivo com astrólogos, em alguns casos. O uso do processamento de linguagem natural (PNL) torna as experiências de consulta mais interativas e reais.

Desafios

Mesmo diante desse cenário, há fatores de restrição ao crescimento dos aplicativos de astrologia. Um deles seria o ceticismo com relação à astrologia. Devido à resistência cultural, muitas pessoas veem a área como uma prática mística e podem ser céticas em relação à utilização de tecnologia para interpretá-la. 

Outro ponto é o risco trazido pela exposição de dados, que acende um alerta junto aos desenvolvedores de aplicativos quanto à necessidade de privacidade e segurança de dados. 

Há, ainda, a questão da interpretação dos dados. A astrologia é uma prática que envolve nuances e subjetividades, que podem ser difíceis de capturar por algoritmos.