23/12/2025 13h23
Apenas 1 em cada 5 pequenos empresários consegue aplicar o que aprende em mentorias, aponta Sebrae
Descompasso entre capacitação e execução acende alerta sobre produtividade e revela nova demanda por metodologias de implementação
Embora a capacitação tenha avançado entre pequenos negócios, a prática ainda não acompanha o ritmo do aprendizado. Levantamento do Sebrae mostra que, embora entre 68% e 82% dos empreendedores participem de mentorias, cursos e programas de formação, menos de 20% conseguem aplicar de forma consistente o que aprendem na rotina da empresa. O dado expõe um gargalo estrutural: o conhecimento é adquirido, mas não chega a se transformar em processos, métricas ou mudanças operacionais.
Para especialistas, o cenário evidencia uma disfunção crescente no ecossistema de desenvolvimento empresarial. A oferta de eventos, imersões e mentorias aumenta ano após ano, mas a capacidade dos empresários de transformar orientação em execução permanece limitada. O resultado é um acúmulo de informações sem aderência ao dia a dia justamente onde os negócios enfrentam suas maiores pressões.
Thiago Oliveira, fundador da Saygo, e especialista em estruturação de empresas, observa esse movimento há anos. Segundo ele, o problema não está na qualidade das mentorias, mas na falta de mecanismos que apoiem o empresário após o aprendizado. “O empreendedor sai energizado da capacitação, mas volta para uma agenda que consome todo o tempo com tarefas operacionais. É nesse choque entre teoria e rotina que a implementação morre”, afirma.
Oliveira explica que a principal dor relatada por donos de pequenos negócios é a dificuldade de criar sistemáticas claras para aplicar novos métodos. “Não falta conhecimento. Falta estrutura para transformar esse conhecimento em hábito organizacional. Sem rotina, o aprendizado se perde em poucos dias”, diz.
A conclusão do Sebrae reforça um diagnóstico já percebido dentro do próprio setor produtivo: o problema não é de acesso à informação, mas de execução. Segundo análises da instituição, boa parte dos empresários participa de formações em gestão, marketing ou finanças, mas não dispõe de ferramentas que ajudem a monitorar tarefas, delegar responsabilidades ou integrar as equipes aos novos processos.
O impacto dessa lacuna aparece nos indicadores de produtividade. Pequenas empresas que não conseguem implementar o que aprendem convivem com retrabalho, baixa previsibilidade financeira e decisões baseadas em urgências e não em planejamento. Pesquisas internas mostram ainda que a sobrecarga operacional é um dos principais fatores que impedem a mudança de comportamento nas organizações, mesmo quando o empreendedor reconhece a necessidade de ajustes.
Para Oliveira, a próxima fronteira do desenvolvimento empresarial está justamente na transição entre o aprendizado e a execução. “A mentoria não pode terminar na sala de aula. Ela precisa continuar dentro da empresa, com acompanhamento, método e tecnologia que ajudem a transformar intenção em ação. Sem isso, continuaremos formando empresários que sabem o que precisa ser feito, mas não conseguem fazer”, conclui.
Sobre a Saygo
A Saygo é uma holding brasileira especializada em comércio exterior, formada pela unificação da Proseftur Assessoria em Comércio Exterior e da Zebra Corretora de Câmbio. Com mais de 23 anos de experiência, a empresa oferece soluções integradas para importadores e exportadores, abrangendo assessoria em operações internacionais, serviços cambiais e desenvolvimento de tecnologias para otimização de processos globais. Seu compromisso é auxiliar empresas a ingressarem e expandirem suas atividades no mercado internacional, proporcionando estratégias inovadoras e suporte especializado.
Para mais informações, visite o site ou o Instagram.
Sobre Thiago Oliveira
Thiago iniciou sua trajetória empreendedora há mais de 20 anos. Com um Monza e dinheiro emprestado, fundou seu primeiro negócio em logística, que anos depois seria vendido por milhões de dólares. Tornou-se sócio da maior aceleradora de startups da América Latina, a ACE, e do maior Venture Capital da região, a Bossa Nova Investimentos.
Ao identificar os desafios enfrentados por importadores e exportadores no fechamento de câmbio, fundou a corretora de câmbio do grupo, inicialmente chamada Zebra e agora Saygo Câmbio, transformando o setor. Além de empreendedor, é mentor e conselheiro de diversas empresas e cofundador da Oliveira Foundation, ONG que já impactou mais de 100 mil crianças em países de língua portuguesa. Seu foco está em soluções cambiais, desenvolvimento tecnológico e estratégias para expansão internacional de empresas.




