- mell280
23/09/2025 07h05
IA na saúde: oportunidades e desafios do seu uso no cotidiano médico
A Inteligência Artificial é capaz de auxiliar médicos desde sua formação até casos complexos, através de algoritmos cada vez mais evoluídos e assertivos
Cada vez mais presente em todas as áreas do conhecimento humano, a Inteligência Artificial tem feito também uma verdadeira revolução na saúde. Promovendo melhoria na triagem, em diagnósticos e, inclusive, no tratamento de diversas doenças, é certamente a grande aposta para o futuro da medicina.
A IA tem sido bem aceita entre pacientes. Pesquisa realizada em todo o mundo pela Sinch mostrou que 69% dos brasileiros veem com bons olhos o uso de IA no diagnóstico de doenças, caso isso signifique uma melhora na rapidez do atendimento. Quase 74% ainda dizem gostar dos lembretes automatizados sobre agendamentos de consultas e exames.
IA no diagnóstico de sintomas: precisão e rapidez no atendimento
A capacidade de analisar um grande volume de dados é um dos grandes trunfos da IA. Um exemplo prático em termos de detecção epidemiológica é o mapeamento dos casos de determinados sintomas em uma área. Através dessa análise, é possível, por exemplo, detectar a presença de uma doença potencialmente epidêmica e, assim, traçar estratégias para detê-la.
Já em casos específicos, a IA pode auxiliar médicos na análise de exames, principalmente com imagens complexas, em fechar diagnósticos, fazer laudos e até mesmo agir na prevenção de doenças. Tudo isso por conta dos algoritmos cada vez mais avançados. Contudo, ainda não prescinde de supervisão humana.
Tecnologia a serviço da saúde e do social
O uso da IA garante de toda forma maior precisão e rapidez no diagnóstico e também no atendimento. Experimento recente feito pela Microsoft demonstrou que sua IA foi capaz de realizar diagnósticos quatro vezes mais acertados em casos complexos do que se fossem feitos por médicos especialistas.
A IA desenvolvida pela empresa investigou mais de 300 casos publicados em uma renomada revista científica da área, e com base nos dados, passou a diagnosticar casos experimentalmente. O sucesso foi animador. Com incrível taxa de acerto, a IA é capaz de solicitar exames e fechar diagnósticos com êxito.
Com isso, a empresa busca uma alternativa mais barata e acessível para milhões de pessoas, em um momento no qual a tendência dos custos é só aumentar. Porém ainda não se sabe seu grau de acurácia em casos mais comuns, e as questões ética e de governança ainda são entraves para uma aplicação real.
Prevenção de erros médicos com apoio da tecnologia
É certo que, com tamanho sucesso, auxiliará médicos em um futuro breve, inclusive evitando erros humanos. Desta forma, será mais como uma ferramenta de apoio e assistência do que uma substituta em si. Além do mais, segundo a lei, a IA não pode ser culpada por eventuais erros, por não ser um sujeito de direito.
Isso vai de encontro ao Código de Ética Médica, quando diz que “o médico não pode transferir a terceiros, humanos ou não, a responsabilidade sobre suas decisões clínicas”. Logo, cabe ao médico a palavra final. Desta forma, a própria formação médica continuará seguindo os ritos normais, mas incorporando de forma gradual a IA.
O futuro da formação médica diante da transformação digital
Um exemplo prático deste auxílio pode ser visto em simulações e treinamentos realizados em um ambiente virtual gerado por IA durante a própria graduação. Esse procedimento é capaz de dar mais autonomia e confiança para médicos em formação, uma vez que uma cirurgia complexa pode ser feita em um ambiente totalmente controlado, por exemplo.
Sendo assim, o médico do futuro será aquele que possui todos os conhecimentos da área, mas que também será capaz de incorporar a IA como aliada na sua rotina. De wearables que monitoram pacientes em tempo real, elaborando relatórios personalizados sobre sua saúde, a tratamentos de casos complexos, a evolução da medicina não poderá se descolar deste futuro.