13/10/2025 09h24
Outubro Rosa: como o esporte inspira e fortalece mulheres
Aretha Duarte, primeira mulher negra latino-americana a chegar ao topo do Everest, reforça o impacto da atividade física na saúde, na autoestima e na prevenção do câncer de mama.
A cada ano, o câncer de mama segue como o tipo de câncer mais comum entre as mulheres no Brasil e no mundo. Segundo estimativas do Ministério da Saúde, o país deve registrar 73.610 novos casos em 2025, e apenas em 2023 foram mais de 20 mil óbitos, com maior incidência nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste. Apesar dos números preocupantes, há uma tendência de redução da mortalidade entre mulheres de 40 a 49 anos, resultado da conscientização e do diagnóstico precoce, principal bandeira do movimento Outubro Rosa.
De acordo com o artigo publicado pela Sociedade Brasileira de Cardiologia, o câncer de mama representa 30% de todos os tipos de câncer em mulheres, sendo a principal causa de morte por câncer no público feminino. Além do acesso ao tratamento e à informação, a prática regular de exercícios físicos é um fator comprovadamente benéfico na prevenção, durante o tratamento e na recuperação.
É nesse contexto que a montanhista Aretha Duarte, educadora física e primeira mulher negra latino-americana a chegar ao topo do Monte Everest, reforça sua mensagem: saúde, movimento e propósito caminham juntos.
“A prática regular de exercícios pode ajudar na prevenção de uma série de doenças, pois ela desenvolve nosso sistema imunológico e nos deixa mais fortes. Além desse ganho bioquímico, também temos ganhos fisiológicos e emocionais. Com a atividade física, nosso corpo produz hormônios benéficos que nos deixam mais felizes e confiantes. Encaixar a atividade física na rotina é um ato de autocuidado”, afirma Aretha.
Para a montanhista, o esporte vai muito além da saúde física. Ele é também um instrumento de equilíbrio mental e emocional. “A prática de atividade física contribui para a minha saúde emocional, me faz sentir mais forte e preparada. Ela me ajuda a ter ideias e também a me sentir mais segura para enfrentar os desafios da vida, pessoais e profissionais. Ainda que sejam poucos minutos ao dia, já é positivo”, diz.
Aretha reconhece, porém, que muitas mulheres enfrentam barreiras cotidianas para incorporar o exercício na rotina, especialmente diante das múltiplas funções que exercem. “Existem muitas variáveis que impactam a vida da mulher e dificultam a inserção da atividade física na rotina. São muitas responsabilidades e papéis: a questão materna, familiar, profissional, doméstica e, às vezes até o cuidado com os pais idosos. Precisamos ter a consciência de que é fundamental priorizar e iniciar, mesmo que em alguma atividade mais leve como a caminhada, em alguns dias da semana”, comenta. Para ela, “esse encontro consigo mesma pode favorecer e facilitar o equilíbrio dos demais ‘pratinhos’ que precisamos gerenciar”.
Outubro Rosa e o papel do esporte
Mesmo sem ter vivenciado pessoalmente o câncer, Aretha, que conhece e já acompanhou pessoas que já passaram por esse momento, reconhece o poder do esporte no resgate da autoestima e da força interior. “O esporte pode ajudar a fortalecer a ideia do Poder Interno Bruto (PIB) da mulher, reforçando o grande potencial para superar os desafios da vida. Eu realmente aconselho a encontrar maneiras de praticar algo para deixar o corpo bem, forte e a mente também.”
Símbolo de superação, Aretha acredita que sua própria trajetória, que ganhou projeção nacional com o projeto “Da Sucata ao Everest”, quando custeou parte da expedição ao topo do mundo com recursos obtidos pela venda de materiais recicláveis, é uma prova concreta de que a coragem e a autoconfiança são forças capazes de transformar vidas e desafiar qualquer limite.
“Acredito que a minha história pode inspirar pela realização de algo que parecia impossível: uma mulher negra, latino-americana, que veio da periferia, chegar à montanha mais alta do mundo, o Monte Everest. Mesmo que pareça impossível, é necessário ativar a coragem e seguir em frente. O projeto Da Sucata ao Everest me fez reconhecer e aceitar as minhas vulnerabilidades, além de aprender a geri-las melhor. A minha história pode representar um recomeço, não importa em que parte dessa montanha você está; toda mulher pode dar um passo a mais e seguir em frente”, finaliza.
Aretha Duarte durante expedição ao Everest. Crédito: Divulgação
Sobre Aretha Duarte
Conhecida como a primeira mulher negra latino-americana a escalar o Everest, Aretha Duarte, que nasceu na periferia de Campinas-SP, recolheu cerca de 130 toneladas de materiais recicláveis para custear a expedição, transformando sua jornada em símbolo de resiliência, propósito e impacto social. Formada em Educação Física, atualmente, além das expedições em grupos, Aretha também ministra palestras corporativas, abordando temáticas como impacto social para as empresas, sustentabilidade na prática, liderança com propósito e engajamento em ações como a SIPAT (Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho) de forma humana e inspiradora. Aretha é embaixadora da Veolia Brasil, da The North Face Brasil, e dos projetos Favela Radical, Outward Bound Brasil e Pés Livres - com mulheres e crianças na Tanzânia. Ela também atua ativamente em campanhas publicitárias e com produção de conteúdo. Saiba mais: instagram.com/aretha_duarte | linkedin.com/company/aretha-duarte

