13/10/2025 18h32
"O Ano Ainda Não Acabou": Neurologista Ajuda Pessoas com TDAH a Virar o Jogo em 2025
O ano está terminando e com ele vem aquela típica sensação de “ainda não fiz tudo o que queria”. Para muitas pessoas, essa é a hora de revisar planos e ajustar metas. Mas, para quem tem TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade), esse momento pode ser mais paralisante do que motivador.
“Enquanto parte da população encara os últimos meses do ano como uma oportunidade de se planejar, quem tem TDAH muitas vezes se sente travado diante do que ficou para trás”, explica o Dr. Matheus Trilico, neurologista reconhecido nacionalmente por seu trabalho com adultos neurodivergentes.
Segundo Dr Matheus, essa dificuldade não tem nada a ver com preguiça ou desorganização pessoal, mas sim com o funcionamento diferente do cérebro de quem tem TDAH. A boa notícia? É possível retomar o foco e terminar o ano com mais leveza, mesmo com metas atrasadas.
Aqui vão seis dicas do Dr. Matheus Trilico para traçar as metas realistas nestes meses restantes. Confira:
- Pare de tentar compensar o tempo perdido: evite planos mirabolantes para tentar fazer em poucos meses o que não foi feito em 12. “Isso ativa o ciclo de frustração e autoexigência, muito comum no TDAH adulto”, alerta Dr. Trilico.
- Faça uma limpa no que não faz mais sentido: reavaliar as metas de forma honesta e prática é fundamental. “Alguns objetivos talvez nem façam mais sentido. Liberte-se deles”, sugere o neurologista.
- Escolha no máximo 2 ou 3 metas principais: quanto mais simples e claras forem, maiores as chances de execução. “Foco seletivo é uma das melhores estratégias para o cérebro hiperativo”, reforça o médico.
- Crie micro tarefas visíveis e acionáveis: transformar metas em pequenas ações. “Por exemplo, abra o computador e responda um e-mail por vez e não tente organizar toda a caixa de entrada na mesma hora, pois assim não perderá o foco”, reflete Dr. Matheus.
- Use alarmes, agendas visuais e reforço positivo: as ferramentas externas são essenciais para lembrar e manter o ritmo. “A dopamina precisa ser acionada com vitórias rápidas”, explica o neurologista.
- Trabalhe a autocompaixão: meta não é dívida. Dr. Trilico reforça: “Você não está atrasado. Você está tentando e isso já é enorme para quem vive com TDAH. Traga leveza ao processo”.
O neurologista lembra que o segundo semestre pode ser mais produtivo quando começa sem culpa. “É possível fazer muito quando há clareza, apoio e autogestão. E isso vale não só para metas profissionais, mas também pessoais, como cuidar da saúde mental, dormir melhor ou voltar a fazer algo que se ama”, finaliza.
Sobre o Dr. Matheus Trilico
Dr. Matheus Luis Castelan Trilico - CRM 35805PR, RQE 24818.
- Médico pela Faculdade Estadual de Medicina de Marília (FAMEMA);
- Neurologista com residência médica pelo Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (HC-UFPR);
- Mestre em Medicina Interna e Ciências da Saúde pelo HC-UFPR
- Pós-graduação em Transtorno do Espectro Autista
Mais artigos sobre TEA e TDAH em adultos podem ser vistos no portal do neurologista: https://blog.matheustriliconeurologia.com.br/
________________________________________________________________________________________________
Autismo na Vida Adulta: neurologista Dr Matheus Trilico explica sobre os Sinais, o Diagnóstico e as Possibilidades de Tratamento
Muitos adultos convivem com os sinais do autismo sem saber. Por não terem recebido diagnóstico na infância, seus comportamentos são frequentemente vistos como excentricidades, timidez extrema ou traços de uma personalidade difícil. No entanto, compreender o transtorno no contexto adulto é essencial para oferecer acolhimento, diagnóstico adequado e caminhos de tratamento.
Como bem relata o Dr. Matheus Trilico, que é neurologista referência nacional no tratamento para esse público específico: “Muitos adultos passaram a vida ouvindo que eram esquisitos, frios ou intensos demais, até que o diagnóstico funciona como acender uma luz num quarto onde se viveu por anos no escuro”.
Segundo o neurologista, adultos autistas frequentemente usam estratégias conscientes ou inconscientes de “camuflagem social” para não se sentirem excluídos, um esforço que pode levar a uma exaustão contínua e a um desgaste emocional profundo. Muitas vezes, isso se reflete em tensão, ansiedade ou depressão não porque algo está errado com a pessoa, mas pela energia gastada tentando parecer neurotípico.
Desconfortos sentidos, mas não compreendidos
Mesmo considerando o autismo como um transtorno do neurodesenvolvimento presente desde a infância, há muitos fatores que só se manifestam ou ganham significado mais tarde, especialmente diante da rotina adulta. O Dr. Trilico destaca que a comunicação social menos direta e clara, sensibilidade a estímulos sensoriais e dificuldade para lidar com interrupções ou alterações de rotina são angústias frequentes nessa fase da vida. Esses desafios incluem: interpretar expressões faciais, compreender ironias ou gestos sutis e enfrentar ambientes ruidosos ou com muita luz, que podem desencadear estresse imediato.
Em relação ao diagnóstico
O diagnóstico tardio é, muitas vezes, um momento de alívio, a chave para entender por que a vida foi tão difícil por tanto tempo. Dr Matheus menciona que, ao descobrir ser autista na vida adulta, muitos relatam uma liberação emocional e uma nova possibilidade de autocompaixão, assim como melhores chances de receber apoio e tratamento adequado.
A sociedade precisa mudar: inclusão e apoio estruturado
Dr. Matheus enfatiza que a verdadeira inclusão se dá quando não é o autista que precisa se adaptar ao mundo, mas sim o mundo que se ajusta para incluir o autista. Isso implica:
- Adaptação de ambientes sociais e profissionais: espaços mais calmos, com comunicação clara, rotina previsível, flexibilidade de horários.
- Capacitação de profissionais de saúde para identificar sinais sutis de TEA na vida adulta e oferecer terapia adequada.
- Campanhas de conscientização para desconstruir estereótipos e reconhecer habilidades únicas, porque muitos autistas têm talentos extraordinários que merecem ser valorizados.
Cuidados práticos e dicas úteis
Com base nas recomendações do Dr. Matheus Trilico, aqui vão algumas estratégias eficazes:
- Rotina estruturada: reduz ansiedade e cria previsibilidade.
- Exercícios físicos regulares: melhoram o humor e reduzem o estresse.
- Apoio social positivo: redes de suporte e grupos de autistas promovem pertencimento.
- Desenvolvimento das habilidades de comunicação: ajuda a diminuir frustrações no convívio social.
- Terapia especializada: TCC, psicoterapia ou outras abordagens respeitosas são fundamentais.
- Cuidados com saúde física: alimentação saudável e dormir bem fortalecem a saúde mental.
Sobre o Dr. Matheus Trilico
Dr. Matheus Luis Castelan Trilico - CRM 35805PR, RQE 24818.
- Médico pela Faculdade Estadual de Medicina de Marília (FAMEMA);
- Neurologista com residência médica pelo Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (HC-UFPR);
- Mestre em Medicina Interna e Ciências da Saúde pelo HC-UFPR
- Pós-graduação em Transtorno do Espectro Autista
Mais artigos sobre TEA e TDAH em adultos podem ser vistos no portal do neurologista: https://blog.matheustriliconeurologia.com.br/